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Os EUA ficam contra a resolução internacional a favor do aleitamento materno

O país não apoiou uma resolução internacional proposta pelo Equador

Por Laura Bevilacqua em 11/07/2018 às 20:36:17

Os EUA têm posição contrária a estudos científicos que são a favor do aleitamento materno aos bebês na OMS em Genebra, Suíça. (Divulgação)

Na Assembleia Mundial da Saúde, da Organização Mundial da Saúde (OMS), em maio, em Genebra, na Suíça, os EUA se opuseram a uma resolução internacional, proposta pelo Equador, que pedia para que os governos dos países protegessem e promovessem a amamentação, limitassem a comercialização de substitutos industrializados do leite materno, como o leite em pó. A posição dos EUA foi contrária a estudos científicos que são a favor do aleitamento materno para os bebês. Os EUA  apoiaram os interesses dos fabricantes de fórmulas para a substituição do leite materno por produtos industrializados. Os EUA foram acusados pelo jornal The New York Times de fazerem pressão sobre o Equador para que o país deixasse de propor a resolução.

O presidente americano Donald Trump declarou que os EUA apoiam, profundamente, o aleitamento materno, mas não acreditam que deva ser negado o acesso das mulheres às fórmulas industrializadas que substituem o leite. Ele diz que muitas mulheres precisam dessa opção por causa da desnutrição e da pobreza. E ainda disse que deveriam denunciar a declaração publicada no jornal The New York Times. O Departamento de Estado americano declarou ser falsa a pressão para que o Equador desistisse da proposta.

Para a OMS o aleitamento materno deve ser total até os 6 meses de vida. Após os 6 meses, o aleitamento materno deve ser parcial. As organizações médicas declaram que o leite materno é sempre a melhor opção para os bebês. O leite materno fornece nutrientes importantes, hormônios e anticorpos que vão proteger os bebês contra doenças infecciosas.

Segundo a médica pediatra, Juliana Vasconcellos Thomas, o aleitamento materno é muito importante. O leite em pó não é necessário nos primeiros meses da vida do bebê, só em casos clínicos em que o médico detecta a necessidade de introduzir o leite em pó na alimentação. Para a médica, o leite materno é perfeito nutricionalmente , contendo as proteínas, os carboidratos e as  gorduras necessárias para o bebê. Em cada fase da vida do bebê o leite muda para se adequar às necessidades da criança. O leite materno contribui para o desenvolvimento do cérebro, tem anticorpos importantes para a imunidade do bebê, previne alergias que o desmame precoce pode causar, além da importância do vínculo da criança com a mãe ao mamar no peito. Segundo Thomaz, as pesquisas mostram que uma criança que mama pode apresentar o QI mais elevado e mais sucesso na vida por ter um cérebro com um melhor desenvolvimento e por adoecer menos. A sucção da mama, também, desenvolve a parte orofacial da criança. Já o bico da mamadeira pode atrapalhar o desenvolvimento orofacial, a fonação, a deglutição e causar problemas nos dentes.

Segundo a médica pediatra Miriam Santos, membro da Rede IBFAN (International Baby Food Action Network/ Internacional em Defesa do Direito de Amamentar), membro da Rede Global de Bancos de Leite Humano, coordenadora do aleitamento materno e do banco de leite humano da Secretaria de Estado de Saúde do Distrito Federal e professora da faculdade de Medicina da Universidade Católica de Brasília, ninguém quer impedir a venda de produtos industrializados, que substituem a amamentação,  para as mulheres que não possam amamentar, mas o marketing das indústrias deve ser feito de forma correta. Não deve haver uma competição do produto industrializado com o leite materno. Tem que haver um maior controle. A indústria tem oferecido vantagens falsas dos seus produtos. Muitas mulheres têm sido enganadas. Para Santos, o consumo deve ser consciente porque os produtos industrializados são derivados do leite, mas são modificados e nunca serão iguais a um leite materno.

 

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