O representante da República Árabe Saharaui Democrática (RASD) e da Frente Polisário - movimento que busca a libertação do país desde 1973 -, Emboirik Ahmed, esteve no Centro do Rio esta semana. Ahmed participou de um ato de solidariedade promovido pela Fundação Leonel Brizola - Alberto Pasqualini, no Centro, e atualizou os presentes das reais condições das quais se encontra a população do país que, após a retirada da Espanha em 1975, foi ocupado por forças militares de nações vizinhas.
O evento contou ainda com representantes da fundação e ex-presidente da Fundação Parques e Jardins, Everton Gomes, do movimento de solidariedade e do Centro Cultural Brasil (RASD), Washington Machado, do secretário de relações internacionais do movimento sindical do PDT nacional, Eduardo Chamarelli, e da República Bolivariana da Venezuela, o diplomata Edgar González.
Ahmed explicou que a Frente Polisário foi criada ainda durante ocupação espanhola e atua até os dias atuais como movimento revolucionário em busca da autonomia e libertação do território do Saara Ocidental. Após a retirada da Espanha e o Acordo de Madrid, os seus integrantes continuaram a luta contra a ocupação do exército marroquino. Durante décadas de guerra por independência, dezenas de milhares de cidadãos dessa região se tornaram refugiados em países próximos.
Segundo representantes do povo saharaui, a ocupação ilegal do território do Saara Ocidental pelo Marrocos viola os direitos humanos. Desaparecimentos forçados, detenções e assassinatos são as queixas mais comuns e o país se encontra atualmente dividido por um muro de 2.725 quilômetros, cinco milhões de minas terrestres, radares, artilharia e centenas de milhares de soldados. Cerca de 70% da área territorial se encontra ocupada.
No encontro, foi apresentado um documentário de cerca de 20 minutos retratando as condições em que a população Saharaui se encontra nos assentamentos e territórios ocupados, além de demonstrar os costumes e particularidades culturais que resistem às décadas de influência militar estrangeira. Ahmed também apresentou dados da história do país e respondeu a perguntas dos participantes.