A Polícia Civil do Estado do Rio de Janeiro divulgou nesta quarta-feira (30) nota à imprensa informando que o governador Wilson Witzel não interfere na apuração dos homicídios da vereadora Marielle Franco e do seu motorista, Anderson Gomes, nem teve acesso aos documentos do procedimento investigativo, assim como em quaisquer outras investigações.
O governador foi acusado pelo presidente Jair Bolsonaro de vazamento de informações sobre as investigações do caso. Matéria do Jornal Nacional divulgada ontem revelou que um dos presos acusados de participar do crime, Élcio Queiroz, foi ao condomínio onde mora Bolsonaro no dia do fato (14 de março de 2018) e teria dito ao porteiro que iria à casa do então deputado federal.
No comunicado, a Polícia Civil reafirma que a investigação desse caso é conduzida com sigilo, isenção e rigor técnico pela Delegacia de Homicídios da Capital (DHC), sempre em parceria com o Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (GAECO) do Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro.
A nota completa ainda que a Polícia Civil é uma instituição de estado, não de governo, com 211 anos de serviços prestados à sociedade fluminense. Todas as investigações são conduzidas com absoluta imparcialidade, técnica e observância à legislação em vigor.
Witzel também respondeu ao presidente. No seu Twitter, ele disse: "Fui magistrado por 17 anos e sempre prezei os princípios constitucionais. Jamais vazei qualquer tipo de informação, nem como juiz, nem como governador. Lamento que o presidente, num momento talvez de descontrole, tenha feito acusações contra a minha atividade como governador.
Infelizmente, recebi com muita tristeza essas levianas acusações. Espero que o presidente reflita e que, assim como recentemente divulgou um vídeo na internet em que ofendeu a nossa Suprema Corte e depois pediu desculpas, ele peça desculpas ao povo do Rio de Janeiro.
Não manipulo o Ministério Público nem a Polícia Civil, isso é absolutamente contrário às instituições democráticas. No meu governo, a Polícia Civil é independente. E o Ministério Público tem e sempre terá a sua independência.
Eu não tenho nenhuma responsabilidade sobre o que está acontecendo na imprensa. Peço à Polícia Federal que investigue. Se houve vazamento, certamente não foi da minha parte.
Assumi um governo que foi antecedido por criminosos que estão na cadeia e não tenho o menor interesse em fazer com que o RJ volte a ser um estado em situação de descrédito".