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Policiais envolvidos com milicianos teriam colaborado com suspeitos da morte de Marielle

Autos do processo mostram combinação de depoimentos e omissão de informações

Por Mario Hugo Monken em 01/11/2019 às 13:47:36

Foto: Agência Brasil

Policiais militares da ativa envolvidos com milicianos teriam colaborado com os suspeitos presos pela morte de Marielle Franco e Anderson Gomes para combinar depoimentos. O apontamento está nos autos do processo que tramita na Justiça sobre o caso.

De acordo com os autos, um dos acusados, Élcio Vieira de Queiroz, esteve no Resenha Bar e Grill na companhia de Ronnie Lessa, outro suspeito, e um PM no dia 1º de fevereiro deste ano. Isso aconteceu antes de Queiroz prestar depoimento na delegacia.

Em sede policial, Élcio relatou ter encontrado com o policial militar que estava com eles, que também prestou depoimento naquela oportunidade, tendo omitido a presença de Lessa no bar. O PM que também foi ouvido também se esqueceu de mencionar o encontro com Ronnie.

Logo após prestar declarações à autoridade policial, esse mesmo policial retornou ao estabelecimento comercial permanecendo em companhia de Lessa por mais de uma hora. Ele acompanharia de perto a investigação do caso, mas não teve prisão decretada.

Ronnie Lessa e Élcio Queiroz atuaram de forma a garantir a impunidade, neutralizando sinais de GPS, escondendo e destruindo elementos de convicção, conforme análise dos indícios de autoria e participação no crime.

Queiroz responde a ação, quando ainda era policial militar (foi expulso), na Operação Guilhotina, deflagrada em 2010 pela Polícia Federal que resultou na prisão de diversos agentes suspeitos de envolvimento com o tráfico de drogas.

As defesas dos dois tentaram, segundo a Justiça, suspender a instrução, sob alegação de que os advogados não estavam tendo acesso aos clientes. O Tribunal, no entanto, informou que não procedia. Isto porque não havia prova de que as unidades prisionais federais envolvidas teriam impedido o acesso de advogados aos réus lá custodiados. Além disso, em audiência já realizada, os profissionais tiveram amplo contato com os clientes.

Segundo a Justiça, tentou-se suspender a ação também com base em notícia jornalística de que estariam sendo realizadas buscas no mar da Barra da Tijuca. No local, chegaram a procurar a arma usada no crime.

Witzel nega vazamento de informações

Hoje (01), o governador do Rio, Wilson Witzel, negou com veemência que tenha informado o presidente Jair Bolsonaro sobre o aparecimento do nome dele nas investigações do caso Marielle Franco e Anderson Gomes, como o presidente afirmou esta semana.

"Não vazei nenhuma informação sob sigilo e não tive acesso aos autos do processo de investigação do caso Marielle. Não tenho bandido de estimação. Seja ele político, filhos de todo poderoso, miliciano", disse Witzel.

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