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Oposição pede cassação de Eduardo Bolsonaro

Cinco partidos exigem retirada de direitos do líder do PSL, que defendeu medidas de exceção em caso de radicalização

Por Portal Eu, Rio! em 01/11/2019 às 14:25:25

Defesa de novo AI-5 por líder do PSL, filho do presidente, agitou sessão no Plenário da Câmara dos Deputados e motivou protestos da Oposição e até de partidos alinhados ao Planalto Foto Agência Brasil

Cinco partidos de oposição (PT, PSB, PCdoB, Psol e PDT) vão pedir a cassação do líder do PSL, deputado Eduardo Bolsonaro (SP), por sua fala sobre a possibilidade de o governo editar um novo Ato Institucional nº 5 (AI-5). Em entrevista a um canal de YouTube, publicada na quarta-feira (30/10), Eduardo Bolsonaro, filho do presidente Jair Bolsonaro, disse que, caso haja uma radicalização da esquerda, a resposta pode ser "um novo AI-5 ". O AI-5 foi editado em 1968, no período mais duro da ditadura militar, e resultou no fechamento imediato e por tempo indeterminado do Congresso Nacional e das assembleias legislativas estaduais, além de suspender as garantias constitucionais.

Para o líder da oposição, deputado Alessandro Molon (PSB-RJ), a declaração de Bolsonaro fere o decoro parlamentar e, por isso, justifica a cassação. "Ele está usando a imunidade parlamentar para defender o fim da democracia e da Constituição que ele jurou defender", disse. Segundo Molon, a representação será protocolada semana que vem.

Psol acompanhará o pedido de cassação do líder do PSL com uma queixa no STF

O líder do Psol, deputado Ivan Valente (SP), afirmou que o partido apresentará, além do pedido de cassação do mandato, uma notícia-crime no Supremo Tribunal Federal. "Ele quer fechar o Congresso Nacional, ele quer violar o estado democrático de direito e está pregando uma ditadura", disse. Segundo Valente, ao defender um novo AI-5, Eduardo Bolsonaro fez apologia da ditadura militar, fez incitação e apologia a crime, com penas previstas no Código Penal (Decreto-lei 2.848/40).

O líder do PSDB na Câmara, deputado Carlos Sampaio, afirmou que a declaração é um "desatino" e não ajuda o País em um momento de discutir reformas estruturantes, a retomada da economia e o enfrentamento do desemprego. "É um comentário que afronta a democracia, agride o bom senso e que não ajuda em nada o País neste momento em que estabilidade política é essencial para avançarmos nas discussões importantes."

Em nota, o líder do Cidadania, deputado Daniel Coelho (PE), afirmou que a fala de Eduardo Bolsonaro demonstra "desprezo, desconhecimento e ignorância" sobre o que é o Brasil do século 21. "Qualquer radicalização que, eventualmente, o País vier a sofrer, não haverá outro remédio que não o uso da Constituição para saná-la."

O presidente da Câmara, Rodrigo Maia, por sua vez, classificou a fala de Eduardo Bolsonaro como "repugnante" e passível de punição.

Já o deputado Bibo Nunes (RS), vice-líder do PSL, afirmou que a declaração de Eduardo Bolsonaro foi apenas na condicional e não incisiva. "Ele levantou a possibilidade se houvesse uma esquerda extremada. Nós somos contra qualquer tipo de extremismo, tanto de esquerda quanto de direita", disse. Nunes, porém, não vê ambiente de extremismo na esquerda. "Vamos preservar a democracia acima de tudo", contemporizou.

No entanto, entre os próprios integrantes do PSL há discordância sobre a fala do líder. Para o deputado Júnior Bozzella (PSL-SP), a fala de Eduardo Bolsonaro não representa a bancada. "A gente repudia de forma veemente. É uma declaração extremamente infeliz, que afronta a Constituição, a ordem e a segurança nacionais."

Fonte: Com Agência Câmara de Notícias

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