A Comissão de Ciência e Tecnologia da Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro (Alerj) lançou na noite da última segunda-feira (11) o ciclo de debates: Ciência e Soberania Nacional. O primeiro encontro aconteceu no Instituto Pereira Passos (IPP), que fica no bairro das Laranjeiras, Zona Sul do Rio. O projeto idealizado pela comissão propõe articular, a partir do Estado do Rio, estudos e soluções para pautas que podem levar o Brasil à soberania econômica.
Deputado e presidente da comissão, Waldeck Carneiro (PT) defendeu a manutenção do ciclo na agenda permanente da Alerj. “Lançamos um ciclo de debates que junta duas pontas, a questão da ciência e a soberania nacional. Partimos do pressuposto que nenhum país pode se colocar de forma soberana sem que esteja baseado e pautado em investimentos robustos em ciência, pesquisa e inovação. A expectativa é de que esse ciclo tenha longevidade e faça parte da agenda permanente da Casa”, explicou o parlamentar.
O primeiro encontro do ciclo de debates discutiu sobre pesquisa e desenvolvimento econômico do setor de energia elétrica e recebeu, dentre os palestrantes, a professora da Escola de Química da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), Clarice Ferraz. A docente, que trabalha com energias renováveis há 15 anos, com foco na inserção de energias renováveis em mercados de eletricidade, defendeu a elaboração de políticas públicas para o setor, com ênfase na transição energética das fontes de combustíveis fósseis para energias limpas.
“Transição é descarbonização. Temos que pensar em como o Rio de Janeiro pode ser menos intensivo em emissão de carbono. É claro que mudanças dão medo, pela importância que a indústria de óleo e gás tem no Estado. Por isso, a necessidade de ter o apoio das lideranças políticas para suavizar essas transições”, argumentou a pesquisadora.
Durante a reunião, a pesquisadora sugeriu ações que podem consolidar o Estado nessa transição energética. “Nesse primeiro momento é preciso fazer um levantamento de todo o potencial de fontes renováveis do Estado, saber qual é a eficiência energética dos prédios públicos, colocar normas nas edificações para que elas se adequem à realidade transitória. São várias coisas que podemos fazer, tanto como norma quanto como ajustes regulatórios que podem trazer grandes vantagens. Atrair atividades menos poluentes para nosso território é uma das melhores opções. Quanto mais diversificado e distribuído for o desenvolvimento econômico do Rio de Janeiro, mais ele estará alinhado com a transição energética, pois vai descarbonizando e haverá maior distribuição de renda para todos”, defendeu Clarice.