O Brasil ainda está em crise. Mas, apesar dos números não tão bons da economia brasileira, o setor automotivo tem expectativas positivas para fechar o ano com boas vendas. A Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos (Anfavea) prevê alta de 11,7%, o que significa mais de dois milhões de carros vendidos. O resultado pode ser creditado ao esforço criativo dos responsáveis pelo setor, como Ana Maria Chaves, diretora de Marketing da concessionária Distac, criadora do Dia D.
Ana se recusa em chamar o Dia D de “feirão” de venda de automóveis. Realizado entre os dias 20 e 21 de julho, a concessionária vendeu mais de 40 unidades apenas na manhã do primeiro dia. Ela explica a ideia:
"A gente chama de uma nova modalidade de venda. Aqui as pessoas têm tudo ao mesmo tempo. Vários bancos no local, a Volkswagen no local, escolhem o carro e contam com uma taxa totalmente diferenciada que não encontra e nenhuma marca. Não só da Volkswagen, como também da concorrência, porque o cliente da Distac tem todo um diferencial junto ao banco. E os preços lá embaixo."
Para desenvolver o evento, os funcionários da Distac foram divididos em grupos identificados por cores, como uma gincana. Eles convidaram conhecidos com vontade de trocar de carro. Um coquetel animou o evento. A cada venda fechada, toda a loja comemorava. E a equipe responsável marcava pontos.
“É uma estratégia de marketing aplicada. A gente fala com quem quer trocar de carro agora ou nos próximos dias. A expectativa é muito boa. Melhor não poderia ser”, disse Ana Maria.
Consumidores são atraídos por eventos em concessionária.
(FOTO: Cláudio Rangel / Portal "Eu, Rio!")
Indústria aquecida
A produção de automóveis em junho permaneceu aquecida. Mesmo após a greve dos caminhoneiros e a Copa do Mundo de Futebol. No primeiro semestre de 2018, as montadoras produziram 1,43 milhão de unidades. O resultado representa 13,6% a mais que o mesmo período do ano anterior.
Para Antonio Megale, presidente da Anfavea, os números foram influenciados por acontecimentos importantes ocorridos durante o período:
“O ritmo de vendas dos primeiros quatro meses estava um pouco acima da nossa expectativa inicial. Mas a greve dos caminhoneiros trouxe impactos negativos. Nas exportações, a situação econômica de Argentina e México, nossos principais parceiros comerciais, foi a razão de alterarmos a previsão”.
Apesar dos problemas, a indústria automotiva sai da crise de modo criativo.