Desde 2002, uma milícia vem atuando em localidades como Sargento Roncalli, São Vicente, Jardim Babi, Nova Aurora, Igrejinha, Pombal e Santa Maria, todas em Belford Roxo, na Baixada Fluminense.
A quadrilha começou como um grupo de extermínio, executando usuários de entorpecentes e extorquindo traficantes. Pouco tempo depois, passou a cobrar taxa de moradores e comerciantes para fazer segurança e a explorar a venda de sinal de TV a cabo clandestina e venda de gás e água.
Ao longo dos anos, diversos integrantes da milícia foram presos, mas sua atuação não cessou.
Recentemente, duas lideranças foram para a cadeia, Ronald Valente, o Jaquinha, e Júnior Galdino Vieira, o Pará, acusados de homicídios. Nesta terça-feira (26), foi preso Jefferson Damázio Luquetti, o Kim do Babi, apontado como um dos novos comandantes da quadrilha, sendo suspeito de outros crimes, como roubos de cargas e homicídio.
A organização criminosa é apontada como responsável por diversos homicídios. Este ano, a polícia encontrou no Babi um cemitério clandestino de supostas vítimas da milícia. Haviam ao menos seis corpos no local.
Uma das vítimas do bando foi Valdemir Rodrigues de Oliveira, crime ocorrido em 6 de junho de 2018. De acordo com o Ministério Público Estadual, há suspeitas de que ele seria membro do grupo e a motivação do assassinato foi a desconfiança de que ele pudesse estar passando informações das atividades da quadrilha para a polícia.
Também estaria por trás do homicídio contra o policial militar Sergio Henrique de Abreu Oliveira, assassinado na saída de evento que ocorreu na Escola de Samba Inocentes de Belford Roxo, no Bairro São Vicente, em 7 de outubro do ano passado. De acordo com as apurações, este homicídio teve por motivação uma discussão pelo fato da vítima não concordar com as atividades dos milicianos na região.
Lucas Otavio Teixeira da Silva também foi morto pelos milicianos, no último dia 11de março. De acordo com as investigações, os criminosos agiram por vingança e cometeram equívoco quando da identificação da vítima. O alvo, na verdade, seria o irmão da vítima, que teria se recusado a pagar a taxa de segurança cobrada pelos milicianos nas comunidades dominadas pela organização criminosa.
O Condomínio Jardim Babi, localizado na Rua Isopo, funciona como uma espécie de reduto do grupo paramilitar, que também extorque mototaxistas.
Há uma investigação em curso que apura se o ataque a tiros em um bar do município no último dia 29 de junho,t que deixou quatro mortos e 13 feridos, está relacionado a conflitos existentes na região entre integrantes de tráfico de drogas e a milícia. Segundo informações da Delegacia de Homcício, um autor já foi identificado mas o nome está sob sigilo.
O Comando Vermelho (CV), recentemente, tentou expulsar os milicianos do Babi.