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Milícia da Baixada Fluminense traficava drogas

'Caçadores de Ganso' também tinha cemitério clandestino

Por Mario Hugo Monken em 29/11/2019 às 15:32:04

Cemitério clandestino. Foto: Divulgação

Investigação policial revelou que integrantes de uma milícia de Queimados, na Baixada Fluminense, conhecida como 'Caçadores de Ganso', também vendia drogas. Segundo a apuração, os milicianos apelidados pelos vulgos de Lequinho e Tengo, apesar de integrarem o grupo paramilitar, se associaram para cometer o delito de tráfico de drogas. Dezesseis pessoas foram denunciadas acusadas de participar da organização criminosa com base em inquérito da 55ª DP.

Lequinho atuava na distribuição e venda dos entorpecentes, além da contabilidade da atividade criminosa. Na milícia, era braço armado do grupo, atuando diretamente na compra e venda de armas de fogo e munições, bem como participava de homicídios praticados na região. Era um dos responsáveis pela venda e cobrança das cestas básicas.

Já a Tengo se atribuía a endolação das drogas e a distribuição delas para os pontos de venda. Ele também recolhia os lucros com a comercialização do material.

A milícia de Queimados atuava mais especificamente no bairro Eldorado, monopolizando o fornecimento de serviços essenciais de água, gás de cozinha, cesta básica, serviços de TV a cabo e internet clandestinas, além da venda de quentinhas, revenda ilegal de gás liquefeito de petróleo, agiotagem, exploração de máquinas caça níqueis e cobrança de "taxa de segurança" aos moradores da localidade.

Cemitério clandestino

Em julho, a Secretaria de Estado de Polícia Civil, por meio da Delegacia de Homicídios da Baixada Fluminense (DHBF), localizou um cemitério clandestino da milícia na área rural de Queimados. Dois corpos foram encontrados em um poço artesiano num sítio abandonado, sendo um deles decapitado.

Segundo as investigações, eles teriam sido abandonados pelo grupo criminoso 'Caçadores de Ganso'. As vítimas teriam sido assassinadas dentro de um carro. Os corpos foram localizados em um sítio.

No mês seguinte, mais um cemitério clandestino da quadrilha foi encontrado na cidade, no bairro Parque Sarandi. Desta vez, haviam quatro ossadas.

A milícia também domina os condomínios do programa "Minha Casa, Minha Vida" na cidade. Além do Eldorado, comandam ainda o Valdariosa e o Ulysses Guimarães.

O grupo manteve uma página em rede social, administrada por alguns dos acusados, onde anunciava, previamente, quem seriam as suas vítimas.

Segundo as investigações policiais, a quadrilha tinha, supostamente, como líder, o policial militar e vereador Davi Brasil Caetano, que foi também secretário de Defesa Civil de Queimados .

Em uma diligência, a polícia encontrou na casa do político, além de duas pistolas registradas (380 e .40), espadas e facões. Foram também achados talonários de um centro social, que era por ele gerido, talonário em branco da Secretaria de Saúde de Queimados e receituário de medicação controlada com 35 folhas em branco contendo apenas o carimbo de um médico.


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