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Dólar em alta: oportunidade ou desafio?

Dicas para aproveitar alta da moeda estadunidense para exportar

Por Portal Eu, Rio! em 30/11/2019 às 07:00:00

Michelle Fernandes. Foto: Divulgação

A alta cotação do dólar, acima dos R$ 4,20, e o mercado interno cheio de incertezas, desanimado com a economia enfraquecida, acende um alerta para novos exportadores. No entanto, este cenário pode ser um empurrão para quem busca uma chance para expandir no mercado internacional. Mas atenção: essa chance pode esconder armadilhas.

Michelle Fernandes, CEO da M2Trade e especialista em comércio exterior, acredita que a supervalorização da moeda americana cria um alvoroço no empresariado. Por outro lado, ela defende a tese de que o câmbio não deve ser fator de competitividade.

Para ela, é importante aproveitar o atual momento, mas com um projeto bem planejado para ser duradouro, independentemente do câmbio - o que deve ser observado é o Custo Brasil.

Contudo, é sempre importante estar atento aos desafios da exportação, respeitando as barreiras não-tarifárias, que inclui até a cultura do país importador. "A linguagem internacional é diferente e deve ser respeitada. Outro desafio é a documentação internacional: ela é formada por termos técnicos e qualquer deslize coloca a operação em risco", alerta a especialista.

Michelle Fernandes listou alguns pontos cruciais para quem está pensando em exportar:

1. Preparação da empresa e da mercadoria - Internacionalização

O início do processo se dá com a preparação documental da empresa, licenças da empresa e do produto a ser exportado, habilitação na SRFB para o exportador - RADAR, tratamento administrativo da mercadoria e verificação de barreiras não-tarifárias. Esse último item inclui a adequação da embalagem para o mercado externo.

2. Estratégia da empresa e do produto no mercado externo

É preciso fazer um planejamento detalhado de toda a operação, todos os custos devem ser checados. Os aspectos tributários não tem muito impacto na hora de exportar, mas é necessário estar atento ao custo de produção, inserido no Custo Brasil. A logística deve ser desenhada de acordo com o Incoterm (termos internacionais de compra e venda da mercadoria) da negociação. Muitas vezes, a logística inviabiliza a operação.

3. A precificação

Após o desenho completo da operação, fica fácil estabelecer o preço internacional. É importante lembrar que este preço não pode ter alteração de acordo com o câmbio.

O câmbio não deve ser fator de competitividade. Se está a favor, deve-se aproveitar. Mas a comercialização do produto precisa ter um cronograma futuro, independente do câmbio.

4. A negociação

Os primeiros itens são cruciais para o êxito da negociação. Neste momento, não há tempo para emissão de licenças ou mesmo correções documentais. Todo o processo deve estar pronto para o fechamento do negócio, que exige profissionalismo e agilidade.

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