Geek & Game encerra com casa cheia e muito humor no Riocentro

O Geek&Game Rio Festival encerrou o domingo levando mais de 30 mil pessoas ao Riocentro neste fim de semana. Em sua segunda edição o GGRF já pode ser considerado um evento diferenciado, que levando cultura pop para toda a família. Ontem, domingo, o público pôde acompanhar a final do campeonato feminino de Rainbow Six Siege, o primeiro do Brasil. O evento contou com expositores independentes como Carlos Ruas, niteroiense criador do blog de tirinhas ‘Um sábado qualquer’, que narra com um humor light a nossa existência, a partir do momento que Deus experimenta criar o mundo. Ele acredita que a experiência é maravilhosa e que toda forma de incentivo à arte geek é válida.

“A cultura geek vem crescendo a cada ano, os nerds de ontem cresceram e viraram público consumidor, tem capital pra gastar. Tá pipocando cada vez mais os eventos deste universo e todo mundo ganha com isso, principalmente quem trabalha com arte. Faltam ainda eventos desse tipo porque o artista vive disso,é o nosso pão de cada dia e eventos assim incentivam a produção. Toda forma de estímulo a cultura geek eu bato palma, eu levanto a bandeira, eu incentivo", afirma Ruas.

Teve concurso de cosplay, com muita maquiagem e performances (Foto: Caroline Carvalho)

Teve Choque de Cultura, otário

Na Arena Geek Station, domingo foi dia de comédia. Com "os melhores nomes do transporte alternativo", o Choque de Cultura invadiu o palco e os atores Caíto Mainier (Rogerinho do Ingá), Daniel Furlan (Renan), Leandro Ramos (Julinho da van) e Raul Chequer (Maurílio) contaram, para uma plateia lotada e atenta, de quase mil pessoas, como tudo começou, as ideias para o programa. Dentre as curiosidades, eles contaram que os primórdios foram nos programas Larica Total, do Canal Brasil e o Último Programa do mundo, no final da MTV.

Falaram também de como se preocupam em não fazer piada com os que ele chamam de valores fundamentais.

“A gente se preocupa muito com o que a gente faz, mas não pensa em fazer o politicamente correto, porque pode ter erro. A gente escreve o que a gente acha engraçado, mas não passam, por exemplo, coisas que achamos valores fundamentais. A gente não acha engraçado determinadas coisas.” explica Caíto.

 Além disso, acreditam que não é preconceito falar do jeito que falam.

“Eles falam desse jeito porque são broncos, são loucos. Eles não entendem de cinema e têm essas ideias malucas”, contou Daniel Furlan, intérprete do personagem Renan.

No final do bate-papo, Caíto entregou que estão escrevendo um livro, que deverá se chamar  “89 filmes para assistir enquanto dirige”, com resenha de cada personagem sobre os filmes e glossário do Maurílio (Raul Chequer)

“A princípio o nome será esse, com certeza com algum final 9, menos 69. E vamos voltar a gravar o Choque de Cultura em setembro, mas fiquem tranquilos que o programa nunca vai acabar”, reforçou o intérprete do Rogerinho do Ingá.

Como não poderia faltar, entraram na pele de seus personagens e fizeram a leitura do episódio sobre “Velozes e Furiosos 8”, sendo interpelados pelo vocalista da banda Massacration, Detonator (Bruno Sutter), fazendo um feat no mínimo inusitado.

Mais cedo, quem passou pelo Geek Station pôde acompanhar um Dublaralho ao vivo. O quadro é fixo do canal no youtube Gaveta. Anderson Gaveta, Charles Emmanuel, Ricardo Juarez e Ed Gama dublaram de improviso e com temas escrachados cenas de novela, filmes e séries como Game Of Thrones, sendo apresentado por Afonso Solano.

Indo pela primeira vez ao evento, o estudante Gabriel Lima, 15 anos, adorou a experiência.

“Foi muito maneiro, o pessoal do Choque de Cultura é muito engraçado. Fui nos simuladores, joguei videogame, foi bem divertido.” - conta.

Seu padrinho, o analista de sistemas Marcelo Staudt, 35 anos, admirador da cultura geek, foi pela segunda vez e reforça o coro do afilhado.

“É uma nostalgia poder jogar jogos que marcaram minha adolescência e participar de bate-papos como o do Choque. Foi realmente muito divertido e espero que tenha novamente ano que vem” - torce Marcelo.

Se depender da organização do evento, isso vai acontecer.

“A segunda edição do Geek & Game Rio Festival superou todas as nossas expectativas e o público carioca só nos confirmou o quanto é receptivo a este universo de cultura pop. Tivemos participações importantes e grandes destaques. Oferecer ao público a possibilidade de assistir ao primeiro campeonato feminino de Rainbow Six é um divisor de águas. Já estamos nos programando para a terceira edição, que será de 19 a 21 de abril de 2019”, revela Tatiana Zaccaro, Diretora da Fagga GL events.

O evento contou ainda com um concurso de Cosplay, dando prêmios de até R$4000,00, conversa com a escritora norte-americana Christie Golden, responsável por mais de 35 livros oficiais da cultura pop falou sobre seus trabalhos baseados na franquia Warcraft. Luciano Cunha, cuja história em quadrinhos “O Doutrinador” virou filme, que vai estrear em setembro também se apresentou, em conjunto com o diretor Gustavo Bonafé, a atriz Tainá Medina e os roteiristas L.G. Bayão e Rodrigo Lages e falaram sobre a história do justiceiro implacável contra os políticos e empresários corruptos. Ainda teve um bate-papo sobre como criar um mundo fantástico, com os autores Luly Trigo, Diogo Andrade, Eduardo Spohr, Frini Georgakopoulos, Vivi Maurey e Affonso Solano. As atrações do dia foram encerradas com o show do Detonador.

O espaço Games From Rio, que contou com 28 pontos de jogos independentes, criados por desenvolvedores cariocas, também recebeu um grande número de fãs e entusiastas, que puderam degustar e experimentar, ao longo de todo dia, as novidades do mercado de games.

Já o espaço Little Heroes recebeu uma programação variada, repleta de atrações interativas, voltadas para crianças.