Uma pesquisa feita pela Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL) e pelo Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil) mostrou que, neste ano, 32% dos brasileiros vão utilizar o décimo terceiro para adquirir presentes e 24%, para poupar ou investir os recursos.
Na sequência, os trabalhadores vão usar a grana extra para ajudar nas comemorações de Natal e Ano Novo (22%) e pagar dívidas em atraso (15%). Há ainda os que vão priorizar o pagamento de contas básicas, como água e luz (15%), e os que vão realizar alguma viagem (14%).
Na avaliação do especialista em finanças da Impacto Consultoria, Felipe Nogueira, mesmo com as festividades é possível economizar. Ele fala que naturalmente muitos usam o dinheiro do fim de ano para quitar algumas dívidas e aproveitam o que sobra para fazer as compras natalinas. Por isso que Nogueira orienta que haja um controle na hora dos gastos para deixar uma "sobrinha".
"O ideal é destinar metade do 13º para as contas obrigatórias, 30% para presentes e 20% para algum tipo de investimento. E isso é importante que seja a primeira coisa que já seja separada dessa verba extra. Ou seja, assim que o dinheiro do fim de ano for depositado, tire um quinto disso como reserva", aconselha o especialista.
Alternativa para dívidas e planejamento para impostos do início do ano
Em relação aos que tem dívidas consideradas impagáveis. Nogueira dá uma dica valiosa: essa é a época para negociá-las. Ele reforça que os bancos têm metas nessa época para bater e justamente por isso oferecem propostas de negociação que tornam os débitos bem mais fáceis de serem quitados, mesmo que seja necessário fazer algum parcelamento para isso.
Outro item que Nogueira alerta é em relação ao uso do cartão de crédito e do cheque especial. Considerados por muitos como os vilões do orçamento mensal de diversas famílias, o especialista alerta que é preciso procurar a gerência do banco ou da instituição financeira para renegociar os valores dentro de uma proposta que a pessoa que tenha o débito consiga honrar o novo compromisso firmado.
E um assunto que muitos brasileiros preferem não pensar, mas pouco fazem a respeito. As contas de janeiro. O primeiro mês do ano sempre tem contas que deixam alguns contribuintes de cabelo em pé, como IPTU, IPVA e também a compra de material escolar para quem tem filho. Ele reforça que a reserva que deve ser feita em relação ao 13º deve ter como intuito auxiliar as contas que surgem no novo ano.
"Janeiro tem as conhecidas despesas obrigatórias. E é por isso que o ideal é você reservar uma parte do dinheiro extra do 13º salário justamente pra ajudar nas contas que precisam ser pagas no ano novo. Na verdade, o ideal é que haja um planejamento financeiro anual, já incluindo aí a época do Natal. Mas como essa não é a realidade para a maioria esmagadora da população, o ideal é você justar o salário normal do mês de novembro, que cai em dezembro, junto com o 13º e destinar 60% para as contas de início de ano. O restante deixa para as compras natalinas", aconselhou Nogueira.