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Ipea identifica melhora no mercado de trabalho em 2019

Estudo indica que economia volta a crescer e um pequeno aumento nos empregos com carteira assinada

Por Anderson Madeira em 12/12/2019 às 16:19:23

Foto: Anderson Madeira

Após um período de estagnação, a economia brasileira volta a crescer, mesmo que lentamente, com aumento na oferta de empregos com carteira assinada e nos chamados trabalhos por conta própria, com destaque para transporte terrestre de entregas (os chamados aplicativos do tipo Uber e I-Food) e os de serviços. A taxa combinada de desocupação e subocupação ficou em 18,2% no período de agosto a outubro (3º trimestre móvel), 2% abaixo da registrada no mesmo trimestre de 2018. Os dados fazem parte de estudo sobre mercado de trabalho divulgado nesta quinta-feira, pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), no Centro do Rio.

A análise é baseada na Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílio Contínua (Pnad), do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e o Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) da Secretaria de Trabalho do Ministério da Economia.

“O setor de conta própria cresceu, seguido mais de perto pelo número de empregos com carteira assinada. No ano passado havíamos registrado a queda do desemprego e este ano, houve a melhora do mercado de trabalho. Houve mais contratações do que desligamentos”, explicou Maria Andreia Parente Lameiras, técnica de Planejamento e Pesquisa da Diretoria de Estudos e Políticas Macroeconômicas do Ipea.

No último trimestre, encerrado em outubro, o contingente de desalentados (pessoas que não têm esperança de arrumar um emprego) apontou queda de 1,6% na comparação com o mesmo período do ano passado. Em relação ao tempo de procura por emprego, o total de desocupados de longo prazo (mais de dois anos) no país também vem recuando, tendo em vista que enquanto no último trimestre de 2018, 41,1% dos desempregados estavam nesta situação há pelo menos um ano, no terceiro trimestre de 2019, essa porcentagem recuou para 38,8%.

Ainda segundo o estudo do Ipea, nota-se que a ocupação dos trabalhadores sem carteira assinada começa a perder um pouco de intensidade, cedendo lugar para uma expansão mais forte do emprego formal. Entre maio de julho de 2016, o número de empregos com carteira estava em – 3% e entre agosto e outubro de 2019, com 0,51%. A taxa de trabalhadores sem carteira estava em 0,5% entre maio e julho de 2016, foi para 3,38% em julho deste ano e agora está em 2,41%.

Jà a dinâmica dos trabalhadores por conta própria, cujo crescimento, em um primeiro momento, foi creditado apenas a uma piora do cenário de emprego no país, pode estar indicando uma mudança estrutural das relações de trabalho, seja por conta do aumento da terceirização, tendo em vista não só a regulamentação em uma gama maior de atividades, mas, também, devido à consolidação da “economia de aplicativos”, que tem aberto novas possibilidades de geração de renda. De pouco mais de 2% em maio de 2016, no 3º trimestre deste ano ficou em 3,88%.

“O setor tem registrado alta no nível de ocupação bastante expressiva. A gente tem o desemprego caindo e o conta própria ainda subindo. Tem outra força empurrando este valor. Pode ser uma mudança no mercado de trabalho refletindo transformações tecnológicas ou institucionais, como a questão da terceirização”, observou Carlos Henrique Corseuil, técnico da Diretoria de Estudos e Políticas Sociais do Ipea.

Outra boa notícia é o crescimento de 1,7% da renda domiciliar da faixa intermediária, que recebe entre R$ 2.461,02 a R$ 4.110,60, na comparação interanual. Em 2017 e 2018 foi justamente essa faixa que mostrou a pior evolução da renda.

Na comparação com o mesmo período de 2018, o trimestre registrou aumento da renda média real no Sudeste (0,1%) e no Sul (2,1%). Por outro lado, a Região Centro-Oeste registrou queda de 2,6%. O corte por gênero revela que os rendimentos recebidos pelas mulheres tiveram variação positiva (1%), contra uma queda de 0,3% nos homens.

Com relação à idade, os piores resultados nos rendimentos reais médios continuaram com os trabalhadores mais velhos (-6,6%). Com relação à escolaridade, todos os grupos apresentaram quedas nos rendimentos, sendo a maior delas entre trabalhadores com ensino fundamental incompleto (-2,2%). Em relação à idade, destaca-se o melhor resultado (1,6%) dos rendimentos dos ocupados entre 25 e 39 anos.

Na análise por vínculo de ocupação, o setor privado com carteira assinada apresentou queda real de rendimentos (-0,5%) no trimestre móvel encerrado em outubro, na comparação interanual - com exclusão dos empregadores. O destaque positivo ficou por conta dos trabalhadores por conta-própria, cujos rendimentos subiram 2,2% no período, com reversão da queda nos meses anteriores.

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