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Quadrilha de 'Carlinhos Cocaína' investia em fundos de previdência privada

Chefão do tráfico utilizava laranjas para lavar dinheiro da venda de drogas

Por Mario Hugo Monken em 19/12/2019 às 18:56:57

Foto: Divulgação

Investigações feitas pela polícia revelaram que um dos chefes do tráfico na Cidade de Deus, em Jacarepaguá, na Zona Oeste do Rio, Carlos Henrique dos Santos, o Carlinhos Cocaína, utiliza-se de laranjas para lavar o dinheiro obtido na venda de drogas. A quadrilha investe até em fundos de previdência privada.

O inquérito cita ao menos três pessoas, entre elas a esposa do bandido, detida recentemente, e um casal, usados para lavar o dinheiro da quadrilha. Sua mulher seria responsável pela gestão e operacionalização dos recursos ilícitos provenientes do tráfico de drogas de seu marido para ocultação em proveito da família, ou seja, sendo sustentada por dinheiro ilícito oriundo da atividade de tráfico de drogas.

Na ocasião da prisão da mulher do traficante, foi descoberta uma casa de luxo avaliada em R$ 2 milhões, com dois andares, piscina, churrasqueira e pelo menos quatro carros. Na garagem, havia um carro de luxo, um Jeep Renegade. Os recursos obtidos pelo tráfico de drogas são gastos principalmente na aquisição de propriedades imobiliárias que não são declaradas. A estratégia é converter os valores obtidos de forma criminosa em ativos lícitos.A mulher de Carlinhos Cocaína, por exemplo, efetuou gastos com consumo de produtos e serviços absolutamente inexplicáveis se comparados com sua atividade profissional.

"Não restam dúvidas de que todos os gastos e movimentações financeiras comprovadamente realizadas sem lastro de receita pelos suspeitos foram viabilizados/sustentados com os recursos oriundos da atividade de tráfico de drogas no Complexo da Cidade de Deus", descreve o inquérito. Foi verificado, por exemplo, que o casal envolvido adquiriu pelo menos cinco imóveis que, somados, atingiram a quantia de R$ 733.000,00.

Por ocasião do oferecimento da denúncia, o Ministério Público requereu a decretação da prisão preventiva dos acusados, além de outras diligências, como sequestro, busca, apreensão e indisponibilidade de bens e direitos, bem como o bloqueio de contas correntes bancárias e de investimentos bancários-financeiros.

A Polícia Civil já havia divulgado que houve o sequestro de R$ 5 milhões da quadrilha em uma sofisticada cadeia de lavagem de dinheiro por meio de aquisição de propriedades imobiliárias com a intermediação de laranjas, imobiliárias, operadores e advogados.

As investigações, que duraram cerca de sete meses, descobriram a aquisição, pela organização criminosa, de cerca de 29 imóveis, sendo pelo menos sete propriedades imobiliárias formais por meio de pessoas interpostas (laranjas), bem como diversas propriedades de fato não formalizadas, no total de R$ 5 milhões. Foram ainda descobertos gastos de mais de R$ 500 mil em espécie.

Carlinhos Cocaína exerce o domínio da localidade conhecida como "Apartamentos ou Apês" no Complexo da Cidade de Deus, bem como é responsável pela denominada "Caixinha" da facção Comando Vermelho e por comandar as expansões territoriais para formação do chamado "Complexo da Praça Seca" para a organização.

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