Cinco policiais militares e um policial civil são investigados por supostamente integrar uma milícia suspeita de envolvimento no assassinato de cinco jovens em um condomínio em Maricá em março do ano passado e no homicídio contra o jornalista Robson Giorno, ocorrido em 25 de maio deste ano, no mesmo município.
A quadrilha também é investigada pelos assassinatos do jornalista Romário da Silva Barros, em 18 de junho deste ano, e do vereador Ismael Breve e do filho, Thiago Marins, dentro de casa, em 22 de agosto. Todos os crimes aconteceram em Maricá.
Nesta sexta-feira (20), a Secretaria de Estado de Polícia Civil (SEPOL), por meio da Delegacia de Homicídios de Niterói, São Gonçalo e Itaboraí (DHNSGI), em conjunto com o Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (GAECO) do Ministério Público Estadual, realiza operação que tem como objetivo o cumprimento de 39 mandados de busca e apreensão em endereços relacionados a essa organização criminosa que atua em Maricá.
Também participam da ação as corregedorias da Polícia Civil e da Polícia Militar. A maioria dos mandados é cumprida em Maricá, mas a ação se estende ainda pela capital, São Gonçalo e Baixada Fluminense.
Segundo o Ministério Público, duas investigações separadas demonstraram que quatro suspeitos estariam envolvidos com a morte do dono do jornal “O Maricá” (Robson) e que uma organização criminosa atua no município praticando diversos crimes e extorquindo moradores.
Durante a apuração da morte de Róbson pela autoridade policial, verificou-se similaridade com outros crimes praticados no município ligados à atividade político-partidária e jornalística, na medida em que os suspeitos e a forma de execução se assemelham: os homicídios do jornalista Romário Barros, do vereador Ismael Breve e de seu filho, Thiago Marins.
Em operação anterior, realizada em abril de 2018, que resultou na prisão de João Paulo Firmino, integrante da milícia chefiada por Wainer Teixeira Junior, os responsáveis pelas investigações verificaram, através de escutas telefônicas autorizadas pela Justiça, que a organização criminosa é voltada à prática de vários crimes: homicídios por encomenda, justiçamento, extorsões, imposição como vendedor único de determinados bens, vinculação com agentes públicos e coação de testemunhas.
Estão sendo cumpridos os mandados de busca e apreensão para a obtenção de provas que levem à denúncia dos autores e executores do crime e dos integrantes da organização criminosa que atua na região.