Amanhã, 25 de julho, é o Dia do Motorista. Boa parte dos envolvidos em acidentes não têm motivos para comemorar. Dados divulgados pela seguradora Líder, administradora do DPVAT, indicam que no primeiro semestre de 2018 os acidentes fatais no trânsito aumentaram 7% em relação ao mesmo período do ano anterior. Os que sobrevivem muitas vezes precisam cuidar das sequelas desses acidentes, entre elas, o medo de voltar ao volante.
A psicóloga Sabrina Lúcia Marques, da empresa Dirigindo Bem, da Unidade de Duque de Caxias, explica que é comum a motoristas envolvidos em acidentes graves sentirem medo de dirigir novamente. O receio é de que possam provocar novo acidente:
“O motorista que se envolveu em um acidente tem medo de passar novamente pela mesma experiência que foi ruim. Desta forma, acaba se imobilizando e bloqueando o ato de voltar a dirigir”, explica.
A psicóloga afirma que esses motoristas podem voltar a dirigir. Mas antes devem passar por avaliação profissional de um terapeuta.
“É muito comum que motoristas envolvidos em acidentes de trânsito tenham dificuldades emocionais para voltar a conduzir. Todas as emoções vividas no acidente vêm à tona quando voltamos a tentar dirigir. Cada experiência é particular, uns apresentam mais dificuldades do que outros”.
Tratamento intensivo
A doutora Sabrina Marques explica que o tratamento de motoristas acidentados inicia com a busca de informações de como foi o trauma. As reações do motorista são observadas. Utiliza-se de técnicas cognitivas e comportamentais para ajudar o motorista a voltar na sua rotina na direção “são etapas que precisam de um trabalho de equipe entre o motorista e o psicólogo. Envolve gestores de aulas práticas e psicólogos”.
Apesar de tudo, há quem não consiga voltar a dirigir depois de um acidente. Para a psicóloga, a cura do medo depende da determinação e da motivação do motorista ao enfrentar seu medo. “Precisa-se de disciplina e força de vontade ao realizar as técnicas e exercícios durante a terapia”, disse.
O tempo necessário para a cura do medo de dirigir varia em cada caso. A falta de experiência influencia o motorista sem prática. Segundo Sabrina, o medo do desconhecido causa uma sensação de mais pavor do que quando já temos um conhecimento e temos que passar por uma adaptação.
Homens e mulheres
Para Sabrina Marques, tanto homens quanto mulheres sofrem do mesmo modo após sofrer um acidente estando na direção do veículo:
"Temos a sensação de que as mulheres são mais comuns, provavelmente, por buscarem mais ajuda, por isso pareçam ser a grande maioria. Os casos mais difíceis são quando os motoristas se encontram desmotivamos e sem apoio de familiares e amigos. Ao se sentirem sozinhos ficam se achando incapazes e únicos nessa situação. Quando chegam até a Dirigindo Bem encontram o apoio de profissionais e outros motoristas, vão quebrando suas barreiras e ficam mais dispostos a enfrentarem seus desafios”.
O tratamento conta com o apoio de aulas práticas, psicólogo e apoio emocional. Durante as aulas e atendimentos no consultório, são utilizadas técnicas entre elas respiração, relaxamento e exercícios