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Netflix anuncia que vai lutar para defender a liberdade artística em seu catálogo

A plataforma se pronunciou sobre a censura sofrida pelo especial de natal do Porta dos Fundos

Por Jonas Feliciano em 09/01/2020 às 17:40:25

Imagem: Reprodução do Twitter

Na última quarta-feira (8), uma decisão do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro (TJ-RJ) obrigou a Netflix a retirar do ar o "Especial de Natal Porta dos Fundos: A Primeira Tentação de Cristo". A liminar atendida pelo desembargador Benedicto Abicair, da 6ª Câmara Cível, foi emitida a pedido do Centro Dom Bosco (CDB). A decisão provocou reações contrárias e a favor nas redes sociais. No Twitter, inúmeras figuras públicas comentaram a ação.

Imagem: Reprodução do Twitter

Imagem: Reprodução do Twitter

Em nota, o Porta dos Fundos também se pronunciou sobre o caso. O grupo afirmou que é contra atos de censura e ilegalidade.

Imagem: Reprodução do Twitter

"O Porta dos Fundos é contra qualquer ato de censura, violência, ilegalidade, autoritarismo e tudo aquilo que não esperávamos mais ter de repudiar em pleno 2020. Nosso trabalho é fazer humor e, a partir dele, entreter e estimular reflexões. Para quem não valoriza a liberdade de expressão ou tem apreço por valores que não acreditamos, há outras portas que não a nossa. Seguiremos publicando nossos esquetes todas as segundas, quintas e sábados em nossos canais. Por fim, acreditamos no Poder Judiciário em manter a defesa histórica da Constituição Brasileira e seguimos com a certeza que as instituições democráticas serão preservadas", concluiu o comunicado.

No final da tarde de hoje, por meio das redes sociais, a Netflix também informou que vai lutar para preservar a liberdade artística e a veiculação do especial do Porta dos Fundos.

Imagem : Reprodução do Twitter

"Sobre o especial do Porta dos Fundos: apoio fortemente a expressão artística e vou lutar para defender esse importante princípio, que é o coração de grandes histórias", publicou a plataforma.

Vale ressaltar que, no final ano passado, o mesmo tribunal censurou uma série de reportagens do Portal Eu,Rio! sobre denúncias contra a Santa Casa da Misericórdia do Rio de Janeiro. Na ocasião, o desembargador Edson Vasconcelos afirmou que as entrevistas não eram conteúdos jornalísticos, pois não apresentavam um material investigativo e que corroborasse com os abusos relatados pelas vítimas entrevistadas pelo veículo.

A medida adotada pelo magistrado atendeu ao pedido do médico Francesco Mazzarone, que é chefe do serviço de cirurgia plástica do hospital. O recurso argumentava que as matérias eram sensacionalistas e violava a sua honra e imagem. Assim como, a reputação da unidade de saúde. Desse modo, caso o portal descumprisse a ordem judicial seria multado diariamente em R$ 1 mil.

Na época, a Associação Brasileira de Imprensa (ABI), considerou a medida "autoritária" e "inconstitucional".

"Pedindo vênia, nos permitimos esclarecer que a função principal de um jornalista/repórter é "RE-POR-TAR". Qual seja, levar ao conhecimento do público fatos como ocorreram, ou como foram narrados. Tal como aconteceu nesse caso, com a veiculação do que falaram as vítimas entrevistadas. Não havia como não há, nada a ser investigado, pois o que se fez foi, repetindo, Re-Por-Tar o que disseram as pacientes da Santa Casa terem sofridos em suas operações", alertou a ABI.





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