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Supermercados Guanabara deve demitir 4 mil funcionários fixos nos próximos meses

Maior rede do Estado do Rio substituirá trabalhadores por contratos de trabalho intermitentes

Por Portal Eu, Rio! em 11/02/2020 às 20:56:43

Foto: Divulgação

O Rio de Janeiro vai experimentar, nos próximos meses, um dos efeitos da Reforma Trabalhista votada durante o Governo Michel Temer. A maior rede de supermercados do Estado, o Guanabara, comunicou nesta semana ao Sindicato dos Comerciários a pretensão de demitir cerca de quatro mil trabalhadores, substituindo-os por funcionários com jornada de 12 por 36, banco de horas e contrato de trabalho intermitente.

A informação trouxe enorme repercussão no meio sindical. Hoje (11), uma reunião na Delegacia Regional do Trabalho com participação dos comerciários e da direção do Guanabara tentará uma solução intermediária, que não leve à demissão em massa dos trabalhadores. O Supermercados Guanabara é, atualmente, o maior anunciante do Estado do Rio, com verba publicitária de cerca de R$ 100 milhões/ano.

Leia a nota do Sindicato dos Comerciários:

"Depois de anunciar o fechamentos das lojas nos domingos, o Guanabara informou que pretende demitir 3.500 a 4 mil trabalhadores nos próximos meses. Além disso, a empresa já apresentou em negociação a intenção de implementar a jornada 12?-36, banco de horas e o contrato por jornada intermitente.

O Sindicato dos Comerciários do Rio abriu negociação com o objetivo de encontrar saídas para que não ocorram essas demissões e participou de uma mesa redonda na Delegacia Regional do Trabalho com a participação da empresa para tratar desta questão.

O Sindicato já disse que não concorda com mudanças de jornada que não estejam na convenção coletiva e que espera da empresa uma proposta concreta para evitar um número tão grande de demissões. Nesta terça-feira, dia 11, haverá nova reunião na Superintendência Regional do Trabalho com o Guanabara.

Para piorar, sem dar qualquer informação para seus funcionários, o supermercado cortou o adicional de 100% de quem trabalha nos feriados. Os trabalhadores só ficaram sabendo na hora que receberam o contracheque. Essas mudanças atingem duramente os ganhos mensais dos comerciários, que contam com este ganho extra para completar os salários.

A partir do momento que o supermercado apresentar uma proposta concreta, o Sindicato convocará os trabalhadores para uma assembleia que analise e decida sobre o resultado das negociações.

Para o Sindicato, no momento o mais importante é preservar o emprego de milhares de trabalhadores e garantir o cumprimento da Convenção Coletiva".

Presidente do Sindicato dos Comerciários diz que adicional de feriado também foi desobrigado em 2017
"Em um momento tão ruim para a economia do país, com alto índice de desemprego, nosso objetivo tem sido a manutenção dos empregos. Estamos negociando com o Guanabara alternativas para evitar uma demissão em massa, mantendo as garantias da nossa convenção coletiva. Além disso, muitos trabalhadores estão preocupados com a diminuição da renda a partir do fim do adicional de feriado, estamos cobrando da empresa uma alternativa para isso", declarou Márcio Ayer, presidente do Sindicato dos Comerciários.

O adicional deixou de ser obrigatório desde 2017, com o decreto do então presidente Temer, quando os supermercados passaram a ser considerados serviço essencial. Com isso, domingos e feriados tornaram-se dias normais de trabalho e o adicional deixou de ser obrigatório. O Sindicato foi pra luta e, mesmo com o decreto, alguns supermercados mantiveram o adicional de 100%, entre eles o Guanabara, garantindo esse importante benefício aos trabalhadores.

"O decreto de 2017 foi um duro golpe para os trabalhadores de supermercados. O Governo Federal, à época, atendeu ao desejo dos patrões, que querem cada vez mais aumentar seus lucros. Recentemente o Brasil piorou muito para os trabalhadores, o atual governo insiste em medidas que retiram direitos e desvalorizam os trabalhadores. No ano passado, fechamos uma negociação salarial muito difícil, com tentativas de cortar mais direitos, porém fomos firmes. Precisamos agora defender nossa convenção coletiva e impedir mais retrocessos", afirmou Ayer.

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