Cacique de Ramos faz desfiles antológicos no Centro do Rio

O Cacique de Ramos – bloco atacado recentemente nas redes sociais por conta das fantasias de índio – mostrou em 2020, com seu 59º desfile que tradição faz diferença. Foi o maior público do cortejo dos últimos dez anos em três dias de carnaval na Avenida Chile, Centro do Rio, segundo os organizadores. Somente anteontem (terça-feira, 25), 20 mil foliões participaram do bloco, sendo que quase a metade estava fantasiada de índio ou utilizando a camiseta do Cacique.

Viviane Araújo, rainha de bateria do Salgueiro, era uma das mais animadas e esbanjou simpatia. “A gente trabalha duro. É muita garra e ajuda dos amigos. Tem que ter coragem e amor para colocar o bloco na rua. O Cacique traz a essência do samba, do carnaval, e ver essa multidão nos esperando e aplaudindo faz valer meus anos de vida”, disse Bira Presidente, um dos fundadores do bloco, integrante do grupo Fundo de Quintal.

O carro alegórico “Grande índio”, com a rainha do Cacique, Danny Hayrh e suas princesas, era uma atração à parte. À frente da bateria, outra beldade: Thaina Dias. Durante o desfile, foi realizada a tradição da “fogueira com pedidos” para espantar os “espíritos ruins”, como o desemprego, a violência, a intransigência e tudo que segrega o ser humano de sua cidadania. Ao som de “Vou Caciquear”, entre tantas outras pérolas do grupo Fundo de Quintal e outros bambas, os foliões puderam se divertir e lembrar da saudosa Beth Carvalho, com “Chora, Não Vou Chorar”.

Terminado o último desfile deste ano, o Cacique já começa a preparar uma contagem regressiva com várias festas e atividades para a comemoração de seus 60 anos, em janeiro do ano que vem. “Se já vivemos orgulhosos em homenagear o índio e a índia nos últimos 59 anos, a expectativa agora é comemorar com desfiles antológicos essa data redonda, em 2021?, revelou Tuninho Cabral, um dos diretores do Cacique.