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"O bateirista" estreia no Teatro Poeira

O espetáculo é uma reflexão filosófica feita por um músico e seu instrumento a toda mecânica da vida

Por Jonas Feliciano em 02/03/2020 às 09:58:01

Imagem: Divulgação

No próximo dia 3 de março, o monólogo "O baterista" vai estreiar no Teatro Poeira, em Botafogo, na Zona Sul carioca. A peça idealizada pelo autor Celso Taddei, ex-roteirista do "Zorra", programa da TV Globo, terá sessões às terças e quartas-feiras, às 21h, e ainda contará com intérpretes de libras nos dias 17 de março e 15 de abril.

Depois de uma espera de dois anos, Taddei reuniu outros três craques do humor com os quais trabalhou no programa: o roteirista Diego Molina, que assumiu a direção da peça, o ator Antônio Fragoso, que divide a produção e é "o baterista", único ator em cena. Além de Alexandre Regis, responsável pela assistência de direção.

Desse encontro, saiu do papel uma reflexão filosófica feita por um baterista que liga seu instrumento a toda mecânica da vida. Para Taddei, um apaixonado por música que toca mal vários instrumentos, a bateria é um instrumento "dramaturgicamente interessante e complexo por causa de seu tamanho e porque faz muito barulho".

Com essa ideia na cabeça, mais o amor pela música e a inspiração de autores como Tchekov e Patrick Süskind, Taddei resolveu esmiuçar o pensamento de um baterista louco por seu instrumento, com o qual tem um "relacionamento quase neurótico". Assim, ele escreveu "O baterista", que serviu, na medida, para o talento de Antônio Fragoso.

Para Fragoso, foi fácil entrar no personagem. Nos anos 1980, em Brasília, quando morava na mesma quadra de Herbert Vianna, Bi Ribeiro e Dado Villa-Lobos, ele fez parte de duas bandas de rock: "Os Sociais", que montou com Pedro Ribeiro (irmão do Bi, dos Paralamas) e Fernando Bola, e a "Escola de Escândalo", da qual saiu porque o pai dele, diplomata, havia sido transferido para a Espanha. Foi Pedro Ribeiro, aliás, que incentivou Antônio Fragoso a assumir a bateria, uma vez que ele já tocava tarol na banda marcial do Colégio Marista.

A direção de Diego Molina possibilitou um ótimo entrosamento na equipe.

"A gente já sabe como o outro funciona melhor, os maneirismos do ator, o ator já conhece o tipo de texto e de direção", afirmou Molina.

Ele também cuidou da cenografia ao lado de Patrícia Muniz. Para o texto realista, que tem como cenário a garagem da casa do pai do personagem, Molina resolveu utilizar "estranhezas para acentuar a teatralidade". Tais "estranhezas" estão na luz, no cenário, nas marcações. Sempre com a intenção de "deixar tudo mais lúdico".

O diretor usa a expressão "partiturando" para se referir ao seu modo de trabalhar, em que cada gesto é estudado, e nada é gratuito. Molina diz também que as marcas são feitas através do som, e que a música faz parte do cenário, oferecendo experiências sonoras "diferentes".

A trilha sonora foi escolhida com cuidado, com alguns standards do início do ragtime, contextualizando a história da formação da bateria.

"Preferi os clássicos para ajudar as pessoas a se situarem. Cada música foi escolhida como símbolo de determinada época, de determinada banda", adiantou Taddei.

No repertório, há pot-pourri de canções dos Beatles e muito rock"n"roll: de Bill Haley a Led Zeppelin, passando por The Who, Cream, Sex Pistols, Black Sabbath, The Police e Nirvana. Bandas brasileiras como Titãs e Paralamas do Sucesso também marcam presença na trilha de "O baterista".

Vale relembrar que o Teatro Poeira fica localizado na Rua São João Batista, N° 104, em Botafogo, na Zona Sul do Rio de Janeiro. Os ingressos custam R$ 30 e a classificação é livre.

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