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Apelo de Gabriel Monteiro divide opiniões nas redes sociais

O youtuber e soldado da PMERJ está respondendo a um processo disciplinar na corporação

Por Jonas Feliciano em 05/03/2020 às 20:59:27

Imagem: Reprodução do Facebook

Na manhã desta quinta-feira (5), o youtuber e soldado da PMERJ, Gabriel Monteiro, publicou um vídeo anunciando que vai ser submetido a um processo de expulsão. Ele também disse que já perdeu o porte de armas e a funcionalidade do seu cargo. O apelo do soldado chamou a atenção nas redes sociais. Até o final da tarde, a hashtag "Ibis","Comando Vermelho" e "Gregório" estavam entre as mais comentadas do Twitter. Todas, envolvendo o nome do integrante do Movimento Brasil Livre (MBL). No Facebook, o post com o desabafo, já tinha mais de 40 mil comentários e quase três milhões de visualizações.

Visivelmente emocionado, em sua fala, Gabriel ainda ressaltou que o motivo da sanção disciplinar seria a denúncia que ele fez contra o ex-comandante geral da Polícia Militar do Rio de Janeiro, o coronel Ibis Pereira.

Antes do vídeo, o youtuber também expôs outras publicações acusando o coronel e dizendo que está sendo ameaçado de morte.

Imagem: Reprodução do Facebook

"Se eu morrer, igual meu amigo da foto, saibam que os maiores responsáveis estão na alta cúpula da PMERJ. Acabo de perder o PORTE DE ARMAS, fui afastado das ruas e entro no processo de expulsão da PM, hoje, pois, questionei o EX COMANDANTE GERAL, atual CORONEL IBIS, de ter forte contato nas áreas do COMANDO VERMELHO. Estou ameaçado de morte, não posso me defender, e o fato de lutar contra a corrupção me afasta dos sonhos que conquistei. Se eu morrer já sabem quem são os responsáveis", escreveu em uma das postagens.

Segundo a sindicância instaurada pela PMERJ, o soldado responde por transgressão disciplinar grave. A denúncia envolve o próprio coronel Ibis Pereira e faz referência a um episódio em que ele foi exposto sem autorização. A entrevista continua no canal do YouTube.

Imagem: Reprodução do Twitter

Vale ressaltar que Ibis Pereira, que é acusado pelo soldado de envolvimento com o tráfico, atualmente, é filiado ao PSOL e trabalha no gabinete do partido.

Em nota, a Assessoria de Imprensa da Secretaria de Estado de Polícia Militar do Rio de Janeiro esclareceu que Gabriel Monteiro responde a Comissão de Revisão Disciplinar e que esse é um procedimento interno previsto para avaliar a conduta dos integrantes da Corporação.

A PMERJ ainda reforçou que, assim como as demais instituições militares do país, o órgão tem como pilares os princípios da hierarquia e disciplina. Desse modo, o rito do procedimento prevê a ampla defesa e o contraditório quanto às imputações de transgressões disciplinares e as garantias constitucionais são sempre asseguradas aos integrantes da corporação, sejam oficiais ou praças.

Polêmica

No Twitter, alguns usuários acusaram Gabriel de usar a farda para se promover politicamente. A discussão também envolveu pessoas públicas como o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PSL-RJ), o humorista Gregório Duvivier e o deputado federal Fernando Holiday (MBL). Apesar da repercussão, o caso dividiu a opinião dos internautas.

Imagem: Reprodução do Twitter

Imagem: Reprodução do Twitter
Imagem: Reprodução do Twitter
Imagem: Reprodução do Twitter
Imagem: Reprodução do Twitter
Imagem: Reprodução do Twitter

Ficha limpa?

Na corporação desde 2017, o youtuber já se envolveu em outras discussões. Gabriel ficou famoso por ser um militante da extrema-direita e criar conteúdos que confrontam as ideologias esquerdistas. A lista de confusões protagonizadas por Monteiro é extensa.

Em abril de 2019, ele foi expulso de uma cerimônia na Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj), após filmar sem autorização e importunar parlamentares presentes no local. Na época, o fato acabou gerando um processo disciplinar na corregedoria da PMERJ, mas Gabriel conseguiu se safar por meio da ajuda de um secretário de Estado, nomeado pelo atual governador do Rio, Wilson Witzel.

Em seguida, o youtuber voltou a se envolver em uma briga. Dessa vez, com um morador da comunidade onde a menina Ágatha Félix, 8, foi assassinada. O desetendimento aconteceu no dia do velório da criança. Gabriel agrediu o jovem e fugiu do local. Ele filmou toda a ação e publicou em suas redes.

No ano passado, o soldado também realizou a filmagem de uma festa dentro de um centro de estudantes da Universidade Federal Fluminense (UFF). Ele replicou o conteúdo afirmando que a unidade era uma cracolândia. Na ocasião, terminou sendo expulso do local pelos alunos.

O que diz o coronel Ibis Pereira?

A reportagem do Portal Eu,Rio! procurou o coronel Ibis Pereira para comentar as acusações de Gabriel, mas até o fechamento desta matéria não obteve resposta.

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