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Casos da Covid-19 avançam por áreas mais pobres do Rio

Dois casos suspeitos são do Complexo da Maré, comunidade com milhares de moradores

Por Portal Eu, Rio! em 21/03/2020 às 12:44:11

Complexo da Maré. Foto: Divulgação

Dados da Secretaria Municipal de Saúde do Rio revelam que os casos do novo coronavírus estão avançando em direção aos bairros mais pobres e periféricos. Ao todo, há 94 pessoas infectadas no municipio, 16 delas hospitalizadas.

Até a noite de ontem (20), casos da doença Covid-19 foram registrados em Padre Miguel (2), Bangu (1) e Sepetiba (1), na Zona Oeste. Na Zona Norte, duas suspeitas apareceram pela primeira vez no Complexo da Maré e uma outra na Pavuna. Também há registros sem confirmação em Parque Anchieta (1), Realengo (1), Campo Grande (4), Cosmos (1), Santa Cruz (1) e Pedra de Guaratiba (2).

A situação do Rio reflete o que o ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, disse ser o caso de todo o Brasil. Em portaria publicada nesta sexta-feira, ele declarou que a transmissão comunitária do vírus — quando não é mais possível identificar com quem o ciclo dele começou — já é uma realidade no país.

Casos dobram em uma semana

Na capital fluminense, os casos confirmados vêm aumentando e quase dobraram em uma semana. Na segunda-feira, eram 51. Na sexta, cinco dias depois, somaram 94. No mesmo intervalo, as suspeitas passaram de 173 para 184, mas chegaram a um pico de 205 na quinta-feira.

A maior parte das confirmações ainda está em bairros mais abastados, como Barra da Tijuca (16), na Zona Oeste, Leblon (16), Ipanema (10), São Conrado (8), Copacabana (5), Jardim Botânico (5), Botafogo (4), Flamengo (4), entre outros.

Falta d'água aumenta possibilidade da doença

Em fevereiro, Mandetta adiantou que estava preocupado com a chegada do vírus ao Rio, dada a concentração dos cariocas em comunidades. Além dos problemas listados no mês passado por ele, houve outro fator agravante nos últimos dias: comunidades do Rio e de municípios da Região Metropolitana, na Baixada Fluminense, vêm registrando falta d'água, grande impedimento para que seus habitantes possam cumprir o hábito de higiene primário para a prevenção do coronavírus: lavar as mãos.

Também há dificuldades na atenção básica aos cariocas. Levantamento da Comissão de Saúde da Câmara de Vereadores, de 2019, apontou que a capacidade de atendimento da rede de Saúde da Família no Rio caiu 17%. E a cobertura, que era de 70% da cidade, passou a 53%. Os dados são contestados pela Secretaria da Saúde, que alega ter inaugurado nove unidades.

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