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China inicia testes da vacina contra o coronavírus

Voluntários começaram a ser imunizados na última sexta-feira (20)

Por Jonas Feliciano em 21/03/2020 às 14:30:50

Imagem: Reprodução do Twitter

No início da tarde deste sábado (21), a Embaixada da China publicou a informação que voluntários chineses começaram a participar de um ensaio clínico para o desenvolvimento da primeira vacina contra o COVID-19. De acordo com uma matéria publicada pelo veículo chinês "Global Times", o medicamento está sendo desenvolvido pelos cientistas militares do país.

Ainda segundo o conteúdo, os voluntários receberam injeções na última sexta-feira (20). A medida marcaria o avanço significativo na prevenção e demonstraria a capacidade de pesquisa dos chineses. O primeiro lote foi todo aplicado em pessoas residentes em Wuhan, cidade onde o vírus foi identificado pela primeira vez. Os voluntários tinham idades entre 18 e 60 anos e foram divididos em três grupos. Cada um, composto por 36 integrantes.

Imagem: Reprodução do Twitter

Segundo o Science and Technology Daily, agora, eles ficarão em quarentena por 14 dias e os pesquisadores os acompanharão por seis meses para monitorar as reações adversas. Também vale destacar que o produto é uma vacina recombinada que foi desenvolvida em conjunto pela empresa de biotecnologia CanSino Biologics Inc, com sede em Tianjin.

A equipe de pesquisa é liderada por Chen Wei, que é um especialista em prevenção e controle de riscos biológicos da Academia PLA de Ciências Médicas Militares e um grande general das forças armadas chinesas. Desde que chegou a Wuhan, no final de janeiro, a equipe de Chen tem realizado pesquisas farmacêuticas e toxicológicas para a criação da vacina.

O Global Times também informou que o projeto tem cooperação com empresas locais que já trabalharam em uma vacina contra o Ebola. Nos estudos de Chen, os voluntários não precisam ser infectados com o novo coronavírus após receber a vacinação. Os pesquisadores testarão se foram criados anti-corpos e se os voluntários se tornaram imunes ao vírus.

Inicialmente, o produto passou por uma revisão de registro de pesquisa clínica e foi aprovado para teste clínico na noite da última segunda-feira (16). Isso aconteceu cerca de 19 horas depois que os EUA anunciaram que iniciariam testes em humanos para a primeira vacina contra o coronavírus.

Vale ressaltar que o projeto da vacina americana, com o codinome mRNA-1273, foi desenvolvido pelos Institutos Nacionais de Saúde e pela empresa de biotecnologia de Massachusetts Moderna Inc. O programa de desenvolvimento envolveu a inserção do novo antígeno que codifica o DNA do coronavírus em outros microorganismos para criar um novo vírus.

O Global Times ainda ouviu um especialista que explicou a diferença entre a vacina recombinante e a vacina de RNA. Segundo ele, a primeira é baseada em proteínas e a segunda é uma sequência de RNA. Uma vacina recombinante requer um período de pesquisa mais longo que uma vacina de RNA, mas o fato da China iniciar testes em humanos, logo após os EUA, demonstram as fortes capacidades de pesquisa do país asiático.

Após os ensaios clínicos, especialistas estimam que deve levar pelo menos um ano para concluir os procedimentos adicionais, antes que a vacina entre oficialmente no mercado. Contudo, alguns produtos podem estar disponíveis para uso emergencial até o final de 2020.

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