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Casos de sífilis congênita em crianças triplicaram nos últimos anos

Sífilis registrada em mulheres grávidas aumentou para 11,2 casos

Por Cristina Ramos em 31/07/2018 às 10:42:45

Taxa de sífilis registrada em mulheres grávidas aumentou de 2,7 para 11,2 casos a cada mil gestações, segundo instituições médicas. (Foto: Pixabay)

A prevenção à sífilis congênita tem sido tema prioritário na agenda da saúde da criança. Nos últimos anos, os casos notificados dessa doença triplicaram. Em 2008, eram dois casos de neonatos contaminados em cada grupo de mil nascidos vivos. Em 2015, esse índice passou a ser de 6,5. No mesmo período, a taxa de sífilis registrada em mulheres grávidas aumentou de 2,7 para 11,2 casos a cada mil gestações. Os dados são do Conselho Federal de Medicina (CFM), da Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP) e da Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia (Febrasgo).

De acordo com o Conselho Federal de Medicina (CFM), a situação das doenças infecciosas no país é preocupante. "Há uma perda de controle dessas enfermidades. Todos os indicativos demonstram que há uma piora nos números e a incidência da sífilis não para de crescer, assim como da AIDS, entre os que têm 16 a 20 anos", adverte o coordenador da Câmara Técnica de Infectologia, Emmanuel Fortes.

Risco de transmissão ao feto

Nas grávidas, o tratamento para sífilis deve ser iniciado com apenas um teste positivo, devido ao risco de transmissão ao feto. Neste caso, não será necessário aguardar o resultado do segundo teste.O tratamento de escolha é a penicilina benzatina, que pode ser aplicada na unidade básica de saúde mais próxima da residência. O parceiro sexual também deverá ser testado e tratado para evitar a reinfecção da gestante. A conduta efetiva do tratamento para sífilis só irá ocorrer mediante a aplicação de três doses de penicilina benzatina - uma a cada sete dias. As complicações da doença são aborto espontâneo, parto prematuro, má-formação do feto, surdez, cegueira, deficiência mental e/ou morte ao nascer.

Os sinais e sintomas da sífilis congênitapodem se manifestar logo após o nascimento, durante ou após os primeiros dois anos de vida da criança. As crianças expostas à sífilis por mãesnão tratadas, ou que não receberamtratamento adequado, são submetidas a diversas intervenções: coleta de amostras de sangue, avaliação neurológica (incluindo punção lombar), raio-X de osso longos, avaliação oftalmológica e audiológica.

Uso correto de preservativo é a melhor prevenção

A prevenção da sífilis se dá pelo uso correto e regular do preservativo; e pelo acompanhamento das gestantes e parceiros sexuais durante o pré-natal de controle da sífilis congênita.Segundo a OMS, ocorre mais de um milhão de casos de Infecções Sexualmente Transmissíveis (IST) por dia, no mundo. Por ano, estima-se um número de 357 milhões de novas infecções entre clamídia, gonorreia, sífilis e tricomoníase.

A sífilis, quese subdivide em primária, secundária, latente e terciária, pode ser diagnosticadaatravés do teste rápido (TR) , disponível nos serviços de saúde do SUS.É prático, de fácil execução, com leitura do resultado em no máximo 30 minutos e sem necessidade de estrutura laboratorial. O teste rápido (TR) de sífilis é distribuído pelo Departamento das Infecções Sexualmente Transmissíveis (IST), do HIV / Aids e das Hepatites Virais /Secretaria de Vigilância em Saúde / Ministério da Saúde (DIAHV/SVS/MS), como parte da estratégia para ampliar a cobertura diagnóstica.

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