Páscoa no Rio será celebrada pela internet

O aumento de casos do novo coronavírus levou a Arquidiocese de São Sebastião do Rio de Janeiro a tornar as liturgias das missas mais objetivas. Na celebração que antecede a morte de Jesus Cristo, no dia 9 de abril, não terá o ato de lava-pés. No domingo, dia 12, o cardeal Dom Orani Tempesta irá abençoar todo estado dentro de um helicóptero que sobrevoará a capital. Procissões, bastimos e qualquer tipo de aglomeração foram suspensas por causa da pandemia.

As Igrejas irão badalar os sinos durante o voo de Dom Orani Tempesta. Às 19h, ele vai consagrar o Brasil aos pés do Cristo Redentor. Em menos de um mês será a segunda vez que o cardeal pede o fim da pandemia.

No ato de renovação, Dom Orani irá relembrar à realização do terceiro arcebispo do Rio, Cardeal Sebastião Leme, ao inaugurar o monumento do Cristo Redentor, no dia 12 de outubro de 1931. Ele fará a mesma oração, dando destaque a que Dom Sebastião disse no dia: “Cristo vence, Cristo reina, Cristo impera”.

Em entrevista coletiva com os jornalistas nesta quarta-feira (8), Dom Orani Tempesta, pediu que os fiéis acompanhem de suas casas, através dos portas oficiais, as celebrações do Tríduo Pascal. “Todas as celebrações do período serão on-line e sem a presença de fiéis”, anunciou o arcebispo.

A Missa do Crisma, que será realizada nesta quinta-feira (9), às 10h da manhã, terá transmissão pela Rádio Catedral e pela WebTv Redentor. Os padres poderão renovar de suas casas as promessas sacerdotais.

O arcebispo do Estado, Dom Orani, orientou que na missa vespertina, às 18h, os fiéis coloquem um pedaço de pão envolvido em um plástico transparente em frente às portas de suas casas, para simbolizar a Eucaristia.

Já na sexta-feira da paixão, a orientação é que os fiéis se mantenham em jejum e oração pedindo à Deus o fim da pandemia. Às 15h, a catedral fará uma transmissão para a liturgia do dia.

O batismo que aconteceria, especialmente no sábado de Páscoa, não será realizado. Às 19h, haverá uma Vigília Pascal, mas que terá um rito mais breve e os fiéis podem acender uma vela simbolizando o Círio Pascal. A medida vai de encontro com as orientações de afastamento social preconizadas pela Organização Mundial da Saúde e das autoridades de saúde do Brasil.

“Pela procissão do encontro o povo deseja reviver a paixão de Cristo, seguir os seus passos. Pelo sofrimento realiza-se o grande reencontro da humanidade entre si e com Deus, representado em Cristo e Maria. Somente através do sofrimento é que o homem poderá encontrar-se com Deus e com o próximo”, acrescentou o cardeal.

Ainda no sábado, às 21h30, a Arquidiocese pede que todos realizem uma manifestação pascal nas portas e janelas das casas. Dom Orani pediu que qualquer pessoa, que tenha fé, acenda a lanterna do celular e cante a música “Porque Ele Vive”. “Páscoa é um momento de renascimento, amor e esperança. E com toda alegria e confiança vamos cantar”, disse.

Sem sair de casa

O arcebispo do Rio disse aos jornalistas que não saiu de sua residência oficial, na Arquidiocese do Rio de Janeiro, desde que o estado adotou as medidas de distanciamento social. Dom Orani sairá pela primeira vez na quinta (9) para realizar a celebração da unção dos santos óleos que acontecerá, sem fiéis, na Catedral Metropolitana, no Centro.

O cardeal também disse que as reuniões com os bispos e alguns padres são feitas remotamente, através de sistema de chamadas online. "“É algo inusitado. Sempre tivemos transmissões de celebrações. Estamos colaborando para que o vírus não dissemine tão rápido assim”, disse.

Almoço de Páscoa

O almoço de Páscoa para os pobres na Catedral neste ano será diferente: serão distribuídas quentinhas para a população em situação de rua no local onde se encontram, evitando aglomeração. Muitas comunidades paroquiais, religiosas e novas comunidades estão fazendo também essa ação durante toda semana nas diversas regiões da cidade.