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"Não há previsão de colapso", afirma presidente do setor funerário em relação a pandemia

Dados da ABREDIF apontam que apenas 3% das mortes no Brasil têm relação com o vírus

Por André Uchôa em 17/04/2020 às 17:31:30

Foto: Divulgação/Agência Brasil

Apesar das mortes causadas pelo coronavírus, ou com suspeita da doença, corresponderem a 7,8% (387) das 4.958 registradas no estado do Rio de Janeiro, do dia 1º de abril até o fim da tarde da última quinta-feira (16), segundo o portal da Transparência do Registro Civil, com atualizações em tempo real de cartórios de todo o país, o setor funerário trata a questão com preocupação, porém descarta um colapso no setor. O segmento estima uma dificuldade maior nos sepultamentos, mas se diz preparado para passar pela pandemia diferente do que tem se visto pelo mundo. Um plano de ação foi montado caso os municípios tenham dificuldades.

De acordo com dados da Associação Brasileira de Empresas e Diretores do Setor Funerário (ABREDIF), o número de óbitos relacionados ao coronavírus no Brasil correspondem apenas a 3%, desde quando foi constatada a primeira morte causada pela doença no país, em 23 de janeiro, quando uma idosa de 75 anos faleceu diagnosticada com a doença em Minas Gerais até os dias de hoje. Atualmente, são quase 2 mil óbitos pela doença, num universo de cerca de 100 mil registrados por outras motivações no mesmo período, segundo a associação.

Segundo o presidente da ABREDIF, Lourival Panhozzi, o setor funerário do país está estruturado para enfrentar pandemia. "Não há previsão de colapso, o cenário ainda é de relativa tranquilidade. Estamos estruturados e o volume de mortes registradas nos primeiros meses do ano por conta do coronavírus não ultrapassou 3%. O setor está estruturado. Temos uma reserva técnica de urnas, caso alguma cidade entre numa zona quente e precise de suporte", adianta.

Segundo Panhozzi, as principais dificuldades devem se dar nos cemitérios, em especial do setor público. "As funerárias do país têm capacidade de fazer um grande número de remoções por dia, mas os cemitérios por envolverem atividades manuais podem ter uma dificuldade maior. Porém, não é preciso ter desespero de se fazer números infinitos de covas e nem de se fazer covas coletivas, salvo se formos surpreendidos por alguma causa desconhecida", acredita.

Já o prefeito de Minas Gerais, Arthur Virgílio, anunciou que a cidade, muito em breve, não "dará mais conta" dos enterros causados pela doença. "Está havendo um colapso funerário. Os enterros estão crescendo de forma exponencial", disse em entrevista em entrevista a uma emissora de televisão.

O Exército enviou nesta semana um ofício para as 66 prefeituras do Estado do Rio de Janeiro. No documento, o órgão solicita informações sobre os números de sepulturas e a capacidade de enterros diários. A ideia é evitar um possível colapso funerário, conforme ocorreu na Itália, Espanha e Equador.

De acordo com o último balanço divulgado pelo Ministério da Saúde, já são 30.961 casos confirmados do novo coronavírus no Brasil, com 1.956 mortes. No estado do Rio de Janeiro, já são 3.944 casos confirmados e 301 óbitos pela doença, além de 130 óbitos em investigação.

Desconto nos serviços funerários para vítimas da COVID 19

O comitê de crise composto pelas entidades funerárias regulares do Brasil deliberou, em sua última reunião de se aplicar um desconto de 40% aos serviços funerários realizados às vítimas de coronavírus, que em decorrência de norma legal ou necessidade da família, realizem funeral direto, onde o corpo é retirado da unidade hospitalar e levado para sepultamento, sem a realização de velório.

"Esta medida se justifica em razão dos efeitos que a pandemia tem provocado e submetido, tanto as famílias, quanto aos prestadores de serviço funerário, de promoverem mudanças nos ritos funerários. Por ser uma recomendação, esta orientação é de aplicação facultativa, muito embora, pela sua justificada e real necessidade, espera-se que seja seguida por todas entidades e empresas do setor funerário", conclui Panhozzi.

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