Um dos setores mais importantes da economia fluminense, o metal mecânico está enfrentando diferentes problemas em tempos de pandemia e quarentena. Mas, apesar disso, segue investindo na melhoria de seus processos e no cuidado e proteção de seus colaboradores. Com 3.676 empresas, 89 mil trabalhadores e representando 14,5% da indústria do estado do Rio, o setor é estratégico por atuar, principalmente, nos mercados de Óleo e Gás, Mineração e Siderurgia.
Segundo Erica Melo, presidente do SIMME, sindicado que representa as empresas do setor, muitas fábricas seguem fechadas por conta de orientações de prefeituras. Mas esse não é o único problema. As indústrias sofrem com as limitações ao transporte de matérias-primas, extremamente prejudicado pela proibição imposta sobre o tráfego de veículos. Na capital, o problema é a proibição da circulação de trabalhadores que moram em outras cidades. A falta de coordenação entre as esferas estaduais e municipais vem prejudicando a arrecadação.
“Estamos funcionando hoje, mas não sabemos se estaremos abertos amanhã. Seja por conta dos atos dos governos, seja devido à escassez de matérias-primas ou porque os clientes fecharam as portas”, explica Erica.
“Estamos passando por um período extremamente turbulento. Vivendo um dia de cada vez. Cada empresa se mantém aberta da melhor maneira possível. Implementamos inúmeros procedimentos de segurança para os funcionários e nunca trabalhamos tanto pela saúde de nossos colaboradores. Mas, infelizmente, quando eles passam da porta das fábricas, a realidade é muito diferente. É importante lembrar que não adianta restringir a circulação de pessoas para o trabalho e, ao mesmo tempo, reduzir a oferta de transporte. Hoje, o que constatamos é o aumento dos riscos para todos”, reforça a presidente do SIMME.
Ainda segundo Erica, traçar um cenário nesse momento é apenas uma aposta. A legislação muda diariamente e o período é de incertezas principalmente porque não há diálogo entre as esferas de governo e por mais que todos digam que estão fazendo o seu melhor, e ela acredita que estejam, o setor metal mecânico não consegue avaliar para quem é este melhor. “Nossa maior reivindicação no momento é: nos deixem trabalhar”, reforça.