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Um dia após denunciar favor ilegal da PF a Bolsonaro, Paulo Marinho pede proteção policial

Empresário, que cedeu a casa para gravação da campanha de TV e reuniões da transição, terá escolta por ordem de Witzel

Por Portal Eu, Rio! em 17/05/2020 às 22:08:35

Paulo Marinho, suplente de Flávio Bolsonaro no Senado e presidente do PSDB, pediu proteção policial ao governador Wilson Witzel Foto Reprodução WhatsApp

Um dia após denunciar o adiamento da Operação Furna da Onça pela Polícia Federal e com isso evitar prejuízo à campanha presidencial de Jair Bolsonaro, o empresário Paulo Marinho pediu proteção policial ao governador do Estado do Rio de Janeiro, Wilson Witzel. Suplente de Flávio Bolsonaro, Marinho cedeu a casa na Zona Sul do Rio para sediar as gravações da campanha de Bolsonaro e, depois da vitória no segundo turno, boa parte das reuniões para a montagem da equipe do então futuro governo.

Marinho tornou público o pedido por uma postagem em rede social, dividida em duas partes. Na primeira, Marinho agradece as manifestações de apoio recebidas por dar publicidade, após as denúncias do ministro Sergio Moro, a 'informações que podem colaborar com as investigações sobre a tentativa de interferência na PF'. A referência é ao inquérito aberto pelo Procurador Geral da República, Augusto Aras, e autorizado pelo decano do Supremo Tribunal Federal, ministro Celso de Mello, para verificar as acusações feitas pelo ministro da Justiça, Sergio Moro, de que o presidente da República teria forçado a mudança no comando da Polícia Federal, no Brasil e no Estado do Rio, buscando acesso indevido a informações sobre investigações em curso e interferência política no trabalho da corporação.

Na segunda parte, citando 'novas circunstâncias surgidas nas últimas horas', Marinho relata o pedido de proteção ao governador Witzel. Informa ter sido atendido 'após criteriosa análise das autoridades envolvidas'. Encerra dizendo estar disposto a seguir lutando 'pela verdade e pelo Brasil'. A retórica, mesmo no limite dos 280 caracteres, se explica: a convite de João Dória, Marinho assumiu a presidência do PSDB do Rio e é o candidato dos tucanos a prefeito.

O empresário se aproximou durante a campanha de Gustavo Bebianno, então homem de confiança de Bolsonaro, a quem servira como advogado de forma voluntária, terminando por coordenar a tomada de decisões sobre temas críticos, como a escolha do vice presidente ou a definição da legenda pelo qual o ex-capitão concorreria. Marinho foi uma das últimas pessoas a conversar com Bebianno antes do infarto fulminante, assustido penas pelo filho do advogado.

Foi a Marinho que Bebianno confiou a intenção de um licro contando os bastidores da campanha e a existência de um aparelho celular concentrando os contatos ao longo do processo eleitoral com Bolsonaro e os filhos. Bebianno, ao ser demitido da Secretaria-Geral da Presidência, chegou a dstruir boa parte das mensagens, mas informou a Marinho tê-las recuperado. O livro, a viúva informou a amigos que Bebianno mal chegou a iniciar. E Marinho disse à Folha de S.Paulo não saber o paradeiro do celular.

A amigos, de acordo com o jornal O Globo, Marinho informou dispor de provas das acusações que faz e estar disposto a apresentá-las caso convocado a depor. O Ministério Público Federal e a própria Polícia Federal estariam estudando a conveniência do depoimento. Na Câmara, o deputado federal Wadih Damous, do PT, informou que na segunda-feira, 18/5, será apresentado um requerimento de instalação de uma Comissão Parlamentar de Inquérito. Para que possa tramitar, um pedido como esse precisa da assinatura de pelo menos um terço da casa legislativa.


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