A PM conduziu, hoje pela manhã (23), um diretor do Sindicato dos Médicos e uma servidora do Ministério da Saúde à 26ª DP (Todos os Santos). Eles faziam, junto a outros servidores, uma manifestação em favor dos profissionais de saúde e contra a precarização do setor durante a pandemia e foram detidos pelo Batalhão de Choque.
"Estávamos apenas exigindo melhores condições de trabalho. Após o término de nosso ato fomos conduzidos à delegacia. Como servidores da saúde, pregamos a quarentena e o isolamento social. Por isso, o nosso luto é para dizer um 'basta' a esta situação porque há trabalhadores da saúde morrendo pelas condições inadequadas de trabalho. Pacientes estão sendo mal atendidos por falta de insumos médicos e medicamentos!", criticou uma profissional de saúde, participante da manifestação, que preferiu não se identificar.
Uma integrante do movimento "Nenhum Serviço de Saúde a Menos" disse que os participantes estavam respeitando as regras de distanciamento social impostas pela Organização Mundial de Saúde (OMS). "Estávamos reivindicando melhores condições de trabalho, um protesto pacífico, com algumas faixas. O Batalhão de Choque chegou e nos levou arbitrariamente para a DP", contou a manifestante, que também preferiu o anonimato.
Manifestantes continuaram o protesto em frente à delegacia policial.
Registro dos Fatos
A Polícia Militar informou que equipes do Batalhão de Policiamento em Vias Expressas (BPVE) e do Batalhão de Rondas Especiais e Controle de Multidões (RECOM) foram acionadas para checar um protesto na Linha Amarela, na altura do pedágio. "Chegando ao local, os policiais orientaram o grupo e desobstruíram a via. Dois participantes foram conduzidos à 26ª DP (Todos os Santos) para registro dos fatos", afirmou a nota da corporação.
Segundo informações da 26ª DP (Todos os Santos), duas pessoas foram conduzidas por policiais militares à unidade policial. "Eles foram ouvidos e autuados no artigo 268 do Código Penal (Infringir determinação do poder público, destinada a impedir introdução ou propagação de doença contagiosa) e, em seguida, liberados", de acordo com nota da Polícia Civil. O caso foi encaminhado ao Juizado Especial Criminal (Jecrim).