Até a tarde de terça-feira (2/6) haviam sido cumpridos 15 dos 24 mandados de prisão expedidos na Operação Colônia. A operação tinha como alvo milicianos da comunidade do Tirol, em Jacarepaguá, três deles policiais militares. Um quarto policial militar também foi denunciado por corrupção passiva. Os integrantes da milícia são acusados de integrar organização criminosa responsável pela prática de crimes como homicídio, extorsão, porte de arma de fogo, venda ilegal de botijões de gás, dentre outros.
Dois dos acusados, que tinham contra si ordens judiciais de detenção, terminaram presos em flagrante: no carro do policial militar Anderson Gonçalves foram encontrados 10 papelotes de cocaína e na casa e no armário funcional (Batalhão de Polícia) do policial Anderson Gomes, os agentes encontraram aproximadamente 80 munições calibre 762 e 556. Também foram apreendidos dois carros de luxo. Quatro dos denunciados já estavam presos.
Os mandados de prisão contra o grupo foram expedidos pela 1ª Vara Criminal Especializada da Capital, enquanto a Auditoria Militar do Estado do Rio expediu o mandado de prisão contra o policial militar Deltz da Cruz Fonseca por corrupção passiva. A Operação Colônia integrou o Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro (MPRJ), por meio do Grupo de Atuação Especial no Combate ao Crime Organizado (GAECO/MPRJ), e a Polícia Civil, por meio da Delegacia de Homicídios da Capital (DHC).
As investigações para prender o grupo criminoso começaram após o assassinato, em março de 2019, do miliciano Sergio Luiz de Oliveira Barbosa, conhecido como “Serginho”, então chefe da milícia que domina a comunidade. A apreensão do seu telefone celular permitiu a identificação dos integrantes da milícia e as atividades por eles monopolizadas em decorrência do emprego da violência e ameaça contra moradores e comerciantes, tais como “taxa de segurança”, transporte ilegal de passageiros, venda irregular de botijões de gás, desvio de sinal de internet e TV a cabo (gatonet), agiotagem e construções irregulares em áreas de proteção ambiental .
Os atuais chefes da milícia no Morro do Tirol são Sidney William de Oliveira e Silvânio de Oliveira Barbosa, irmãos de “Serginho”. As investigações demonstraram que essa milícia é obrigada a repassar parcela do lucro obtido com o as atividades criminosas para o topo da hierarquia da milícia que domina toda a Grande Jacarepaguá, atualmente comandada por Fabiano Vieira da Rocha, o “Fabi”, sucessor do miliciano conhecido como “Orlando Curicica” e atualmente preso na Penitenciária Bandeira Stampa, Almir Rogério Gomes da Silva e o policial militar Anderson Gonçalves de Oliveira, o “Andinho”.