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MP reafirma que Adélio esfaqueou Bolsonaro sem ajuda

Inquérito deverá ser arquivado, de novo. Quebra de sigilo bancário e telefônico não revelou provas de conluio para atentado

Por Portal Eu, Rio! em 04/06/2020 às 19:33:06

Inquérito do Ministério Público Federal concluiu, pela segunda ez, que Adélio Bispo não teve apoio de outas pessoas no atentado de setembro de 2018 Foto Reprodução Internet

O Ministério Público Federal (MPF) se manifestou pelo arquivamento provisório do segundo inquérito que apura a possível participação de terceiros no atentado cometido contra o então candidato à Presidência da República Jair Messias Bolsonaro (sem partido), em 6 de setembro de 2018. Na manifestação enviada à Justiça Federal em Juiz de Fora (MG), o MPF, após analisar a investigação, concluiu que Adélio Bispo de Oliveira concebeu, planejou e executou sozinho o atentado.

A decisão, ainda que provisória, contraria o presidente Jair Bolsonaro. O inquérito sobre o atentado foi um dos pontos listados pelo presidente de insatisfação com a segurança, e um das cobranças públicas mais insistentes contra o Ministério da Justiça, a Polícia Federal e o MPF. O tema foi citado na reunião ministerial do dia 22 de abril, que terminou resultando no pedido de demisão de Sergio Moro. Os dois delegados diretamente responsáveis pelo inquérito, em Minas Gerais, ressaltaram contudo não ter recebido nenhum pedido formal de novas diligências e ou queixa quanto aos rumos da investigação, do presidente ou dos ministros mais próximos a Bolsonaro.

Executor do atentado, Adélio já estava em Juiz de Fora quando o ato de campanha foi programado. Portanto, não se deslocou até a cidade com o objetivo de cometer o crime. Ele não mantinha relações pessoais com ninguém em Juiz de Fora, tampouco estabeleceu contatos que pudessem ter exercido influência sobre o atentado. E não efetuou ou recebeu ligações telefônicas ou troca de mensagens por meio eletrônico com possível interessado no atentado ou relacionadas ao crime.

O inquérito também deixou claro que, nas contas bancárias de Adélio e de seus familiares investigados, não houve nenhuma movimentação financeira incompatível com suas atividades trabalhistas ou com os respectivos padrões de vida. Além disso, não foram recebidos valores atípicos ou de origens desconhecidas. Não há respaldo à hipótese de que o delito pudesse ter sido praticado mediante pagamento.

Arquivamento é provisório por diligências pendentes sobre quem possa ter induzido Adélio ao gesto violento

Apesar das conclusões do inquérito apontarem que o investigado executou o crime sozinho, o pedido de arquivamento enviado à Justiça Federal é provisório. A razão é a pendência em torno de diligências que dependem de decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) para serem concluídas. Essas diligência que podem, em tese, revelar a existência de grupo ou pessoas que tenham instigado ou induzido Adélio à prática do atentado, de acordo com a nota oficial do Ministério Público Federal.

Em seu site oficial, o MPF aponta como pendente a identificação da origem dos honorários alegadamente pagos para a defesa de Adélio Bispo, a qual não foi contratada pelo próprio acusado nem por seus familiares. "Nessa investigação, também não há suspeita de participação dos advogados na infração penal. E a identificação da origem dos honorários alegadamente contratados faz-se igualmente necessária à completa elucidação do fato. Trata-se da linha de investigação ainda pendente, em coerência com a orientação de exaurimento de todas as hipóteses cogitadas", diz a manifestação.

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