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STF condena por formação de quadrilha aliado de Bolsonaro

Paulinho da Força, articulador da entrada do Centrão no Governo, terá que cumprir dez anos de prisão

Por Portal Eu, Rio! em 06/06/2020 às 01:38:09

Um dos mais ativos articuladores do impeachmento de Dilma Rousseff, Paulinho da Força comemora a derrubada da presidente com Wladimir Costa, que tatuou 'amor eterno' a Temer. Con henna Foto Agência Câ

Líder do Solidariedade e um dos principais articuladores do acordo entre o presidente Jair Bolsonaro e o Centrão, o deputado Paulinho da Força (SP) foi condenado a dez anos e dois meses de prisão, por lavagem de dinheiro e formação de quadrilha. A decisão foi tomada nesta sexta, em sessão virtual, pela Primeira Turma do STF, por três votos a dois.

A pena, pela duração, terá que começar a ser cumprida em regime fechado. Paulinho também foi enquadrado na chamada "lei do colarinho branco". Caso não consiga reverter a sentença, Paulinho, que lidera com Roberto Jefferson e Valdemar Costa Neto o acerto de onze partidos com o presidente, corre risco de trocar a rampa do Planalto pelas celas da Papuda, o complexo penitenciário do Distrito Federal, por onde já passaram políticos condenados pelo Mensalão, como José Dirceu.

Paulinho foi denunciado ao STF em 2012 por suposta prática de crime contra o Sistema Financeiro Nacional, pelo desvio de recursos concedidos por instituição financeira, em concurso material com crimes de lavagem de dinheiro. Os fatos ocorreram entre dezembro de 2007 e abril de 2008. Paulinho e outros comparsas atuaram em nome da Prefeitura de Praia Grande e das Lojas Marisa S/A para obter dois financiamentos junto ao BNDES. O lobby integrado pelo deputado, de acordo com os autos, teria conseguido liberar 124 milhões de reais à prefeitura e 165 milhões de reais à rede de lojas. Em troca, o parlamentar teria auferido uma parte dos recursos, o que configuraria crime pela Lei do Colarinho Branco.

"Elementos de prova colhidos nos autos da investigação revelaram indícios de que o Deputado Federal Paulo Pereira da Silva participava das ações do grupo consistentes no desvio dos recursos do BNDES e se beneficiava da partilha da "comissão" cobrada aos beneficiários dos financiamentos", diz um dos trechos do processo no STF. A 'abertura da caixa-preta do BNDES' foi um dos motes de campanha do presidente Jair Bolsonaro, que insatisfeito com o que considerava lentidão na descoberta de irregularidades demitiu o primeiro presidente que nomeou para o banco, o economista Joaquim Levy.

Não houve unanimidade na condenação de Paulinho da Força, estrela do 'sindicalismo de resultados' protgonizado por ele e o ex-deputado federal Luís Antônio de Medeiros, fundadores da Força Sindical, uma das maiores centrais do País. Luís Roberto Barroso, Luiz Fux e Rosa Weber votaram pela condenação enquanto Marco Aurélio Mello e Alexandre de Moraes votaram a favor de Paulinho.

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