Durante o isolamento social imposto pela pandemia, além de se proteger da ameaça da Covid-19, muitas mulheres estão lidando também com a violência doméstica. Por dia, o Rio de Janeiro tem em média 266 denúncias feitas à Central 190 sobre crimes contra mulher durante o período de confinamento. Para ajudar a essas mulheres, a RTKD Esportes vai realizar uma live para ensinar técnicas de defesa pessoal para que a vítima possa evitar a agressão ou até mesmo conseguir escapar, quando está com a vida em risco. A live gratuita acontecerá hoje (06/06), às 15h, no perfil do Youtube da RTKD Taekwon-do.
Na transmissão, também será abordado qual é o ciclo da violência, quais as formas que essa agressão pode assumir e que serviços uma mulher pode acionar para se proteger ou responsabilizar os autores de violência.
Dados
Segundo dados divulgados ontem (05), pelo Monitor da Violência contra Mulher durante a Pandemia, do Instituto de Segurança Pública do Rio (ISP-RJ), ao todo, foram registradas 13.065 ligações para o 190 entre os dias 13 de março, data que o governo adotou medidas restritivas, até o dia 30 de abril. O índice representa um aumento de 12% no número de violência contra as mulheres se comparado com o mesmo período no ano passado.
A live será realizada em duas etapas. Na primeira, instrutores de artes marciais e defesa pessoal da academia RTKD Esportes, em Vila Isabel, na Zona Norte do Rio, vão receber online professores da International Taekwon-do Federation (ITF BRASIL), para darem dicas e ensinarem as técnicas. O objetivo é trabalhar a reação estratégica e não-violenta da mulher, já que ela está em isolamento com este agressor. Eles também ensinarão técnicas de defesa para que a vítima que está na iminência de morte, consiga interromper a agressão e ter condições de fugir e buscar ajuda, como explica o professor de artes marciais, Raphael Silva:
- Não queremos estimular uma reação dessa mulher, se ela terá que permanecer com esse agressor por quaisquer motivos. Nosso objetivo é ensinar estratégias para ela se defender sem, necessariamente, o recurso da violência: sem usar uma faca ou outra arma, por exemplo. Entre as estratégias está sair de casa sem que o agressor perceba e como usar o telefone para pedir socorro. Também serão ensinadas técnicas de defesa pessoal para interromper uma agressão em que a mulher sente que sua vida está em risco e precisa escapar para pedir ajuda e se manter viva – pontuou o professor, também conhecido como Raphael TNT.
A segunda etapa abordará o que é violência doméstica e como acionar os canais corretos para se proteger. Existem muitos fatores que dificultam o pedido de ajuda por parte das mulheres, principalmente durante a pandemia, quando algumas se encontram isoladas com seus agressores. Segundo a socióloga e ativista da Articulação de Mulheres Brasileiras (AMB), Adriana Mota, uma primeira dificuldade é se reconhecer como uma pessoa que vive um relacionamento abusivo, nocivo e violento. A especialista explica que a live é para mulheres em situação de violência, mas também é importante para que familiares, amigos e vizinhos saibam o que fazer caso alguém precise de ajuda:
- Vamos falar para mulheres que sofrem ou sofreram alguma forma de violência doméstica ou familiar e que ainda não conseguem se sentir fortalecidas para buscar apoio. E que ajuda é essa? Como funcionam os serviços de acolhimento e orientação? Alguns estão atendendo presencialmente, mas será que é seguro sair? – exemplifica a socióloga, que responderá a essas questões na apresentação.
Serviço:
Live de defesa pessoal ensina mulheres a escaparem de violência doméstica
Dia: Hoje, 06/06 (sábado)
Horário: 15h
Canal: youtube/ RTKD Taekwon-do.