OBrasil atingiu, hoje (19), a triste marca de um milhão de pessoas infectadas pelo novo coronavírus, de acordo com o consórcio de veículos de imprensa a partir de dados das secretarias estaduais de Saúde. O país, que já é o segundo em números de mortes pela Covid-19, vem sofrendo com a condução errática da pandemia pelo governo de Jair Bolsonaro (sem partido), além de ver as crises econômica e social se agravarem.
Segundo o consórcio de veículos de imprensa, o país tem agora 1.009.699 casos confirmados e 48.427 mortos. A marca de um milhão de pessoas só foi atingida pelos Estados Unidos, que atualmente registram mais de dois milhões de casos e já ultrapassou as 118 mil mortes.
Crescimento da pandemia
O início da pandemia no Brasil se deu no dia 26 de fevereiro de 2020, depois da confirmação de que um homem de 61 anos, morador de São Paulo que havia retornado da Itália, testou positivo para a Covid-19
A primeira morte foi confirmada 20 dias depois, em 17 de março. O paciente era um homem de 62 anos que tinha diabetes e hipertensão. Ele estava internado na UTI do Hospital Sancta Maggiore Paraíso desde o dia 14 e morreu no dia 16. Ele não tinha histórico de viagem para o exterior.
Os amargos recordes do Brasil na pandemia foram registrados em junho. No dia 16 se deu o maior número de casos em apenas um dia: 34.918. O recorde de óbitos em 24h foi registrado no dia 4 de junho: 1.473.
Depois da primeira morte, no dia 17 de março, o país ultrapassou as mil mortes no dia 10 de abril. Após 42 dias, no dia 28 de abril, o Brasil ultrapassou a China, país que foi o primeiro epicentro da pandemia, no número de mortos e chegou ao total de 5.017 óbitos.
A triste marca dos 10 mil mortos veio no dia 8 de maio, 20 mil óbitos foram alcançados no dia 21 de maio, os 30 mil óbitos foram registrados no primeiro dia de junho e a marca dos 40 mil no dia 11 de junho.
O Brasil ultrapassou o Reino Unido e se tornou o segundo país com mais mortos pela Covid-19 na última sexta-feira (12) ao totalizar 41.828 mortos.
Crise política em meio à pandemia
Desde o início da pandemia no país, Jair Bolsonaro foi um dos maiores protagonistas das polêmicas envolvendo a Covid-19. Divergindo da Organização Mundial da Saúde (OMS), do próprio Ministério da Saúde e da maioria das gestões estaduais, o presidente foi contra o endurecimento de medidas de isolamento social, algo que até o momento é tido como uma das principais armas para frear o avanço do novo coronavírus.
Além disso, o presidente ficou notabilizado por diversas declarações que foram vistas como minimização da gravidade do novo coronavírus. Bolsonaro chamou a Covid-19 de "gripezinha", chegou a dizer que a pandemia era uma "fantasia" e, ao ser questionado sobre o fato do Brasil ultrapassar a China no número de mortos, o chefe do Executivo rebateu com as seguintes perguntas: "e daí? quer que eu faça o que?".
O presidente também insistiu na cloroquina como uma das "soluções" para combater a pandemia no país, apesar de o remédio nunca ter tido sua eficácia comprovada cientificamente. Aliada ao desprezo pelo isolamento social, a cloroquina gerou atritos entre Bolsonaro e os ministros da Saúde.
Tanto Luiz Henrique Mandetta (demitido em abril) como seu sucessor Nelson Teich (pediu demissão em maio) deixaram o Ministério da Saúde em pleno avanço da pandemia. Atualmente, há mais de um mês, a pasta é comandada de forma interina por um militar, o general Eduardo Pazuello.