A campanha Junho Laranja é dedicada à prevenção e ao tratamento da anemia e da leucemia. A anemia é definida como a deficiência da hemoglobina, que é responsável pelo transporte de oxigênio para todo o corpo humano. “Existem vários tipos de anemias e podemos classificá-las de acordo com sua origem: anemias de causas hereditárias e/ou anemias de causas adquiridas”, explica o Paulo Roberto Bortolotti, hematologista e prestador de serviços do Hospital América de Mauá-SP.
Os principais sintomas de uma síndrome anêmica são cansaço, fadiga e perda de energia para realizar atividades habituais. “Os principais fatores de risco para a doença na infância são a deficiência de ferro e a presença de verminoses. Já na população adulta, é a perda de ferro, principalmente nas mulheres durante fluxo menstrual exacerbado. Nos idosos, a anemia acontece pela perda de sangue através do aparelho digestivo”, esclarece o médico.
Para o diagnóstico das anemias, é necessário analisar a história clínica do paciente, associando-a a um exame físico minucioso, além de realizar exames laboratoriais. “Inicialmente para o diagnóstico de anemia é necessária a realização de um hemograma. A partir do hemograma, existem inúmeros exames a serem feitos para caracterizar o tipo de anemia”, pontua o especialista.
Leucemia
Já a leucemia é uma neoplasia sanguínea que apresenta mais de 12 tipos, sendo os quatro primários: leucemia mieloide aguda (LMA), leucemia mieloide crônica (LMC), leucemia linfocítica aguda (LLA) e leucemia linfocítica crônica (CLL). “As leucemias agudas (LMA) são mais sintomáticas, levando o paciente a procurar atendimento hospitalar. Entre os sintomas estão cansaço, fadiga causada pela anemia, febre, infecções ocasionadas pela leucopenia, ou sangramentos resultantes da plaquetopenia. Já as leucemias crônicas podem inicialmente não apresentar sintomas, sendo detectadas comumente em exames laboratoriais rotineiros”, comenta o médico.
Segundo dados do Instituto Nacional do Câncer (INCA), em 2020, no Brasil, são estimados 10.810 casos da doença, sendo 5.920 em homens e 4.890 em mulheres. “Os principais fatores de risco para a leucemia aguda (LMA) estão intimamente relacionados a síndromes genéticas, quimioterapia alquilante ou ao uso ou à exposição ambiental de agentes químicos como benzeno e radiação ionizante. É importante se atentar para o aparecimento de manchas roxas na pele, presença de gânglios cervicais ou inguinais não doloroso s, presença de febre vespertina sem sinais de infecção, sintomas de cansaço e fadiga persistente e perda de peso”, ressalta o hematologista.
Para prevenir as duas patologias, existem alguns cuidados que devem ser tomados. “Devemos manter hábitos saudáveis, adotar uma boa alimentação e praticar atividades físicas frequentes para manter a saúde física e mental”, finaliza.