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Prisão de integrantes e denúncias do MP confirmam poderio do 'Escritório do Crime'

Operação Tanatos apontou grosso calibre e roupas camufladas como padrão nas execuções do bando ligado ao Capitão Adriano

Por Portal Eu, Rio! em 01/07/2020 às 13:19:32

Operação Thanatos resultou em duas prisões de integrantes do Escritório do Crime, cúplices do miliciano Adriano da Nóbrega, morto em confronto com a Polícia Civil na Bahia Foto TV Brasil

Leonardo Gouvêa da Silva (vulgo 'MAD') e de Leandro Gouvêa da Silva (vulgo 'Tonhão') foram presos na Operação Thanatos. A operação visava cumprir mandados de prisão e de busca e apreensão contra denunciados de compor organização criminosa conhecida como 'Escritório do Crime', que se dedicam a homicídios por encomenda. A operação é resultante de três denúncias apresentadas pelo Grupo de Atuação Especial no Combate ao Crime Organizado (GAECO/MPRJ). As denúncias descrevem os crimes cometidos pelo grupo, que possuía ligação estreita com Adriano Magalhães da Nóbrega, conhecido como 'Capitão Adriano', que exercia forte influência sobre o bando, o qual nutria verdadeira reverência a sua representatividade no submundo do crime.

Cabe lembrar que Adriano foi denunciado pelo GAECO/MPRJ na operação "Intocáveis", em 14 de janeiro de 2019, tendo sua prisão decretada. Logo, o 'capitão' tornou-se foragido da Justiça e acabou sendo morto por agentes do BOPE em 9 de fevereiro de 2020, durante operação visando sua captura, realizada pela PCERJ e a Polícia Civil da Bahia, na zona rural da cidade de Esplanada, no interior daquele estado. A operação 'Intocáveis' integrou as investigações sobre os executores e eventuais mandantes do assassinato da vereadora Marielle Franco e do motorista do mandato, Anderson Gomes, em 13 de março de 2018.

Deflagrada pelo GAECO/MPRJ, a Operação Tânatos teve apoio da Coordenadoria de Segurança e Inteligência (CSI/MPRJ), da Polícia Civil do Estado (PCERJ) e da Corregedoria-Geral da Polícia Militar (PMRJ), deflagrou, nesta terça-feira (30/06), a operação Tânatos, numa referência ao 'Deus da Morte' na mitologia grega. A investigação do GAECO/MPRJ contou também com apoio da força-tarefa da Coordenação-Geral de Combate ao Crime Organizado da Secretaria de Operações Integradas do Ministério da Justiça e Segurança Pública (SEOPI/MJSP).

Numa das denúncias apresentadas, descreve o MPRJ que na atuação do grupo criminoso há emprego ostensivo de armas de fogo de grosso calibre. A agressividade e destreza nas ações finais revelam um padrão de execução. Fortemente armados e com trajes que impedem identificação visual, tais como balaclava e roupas camufladas, os atiradores desembarcam do veículo e progridem até o alvo executando-o sem chances de defesa.

'Capitão Adriano' é apontado como mandante do homicídio de Marcelo Diotti da Mata, cuja execução, na noite de 14 de março de 2018, no estacionamento de uma hamburgueria na Barra da Tijuca, ficou a cargo do grupo criminoso agora denunciado. Diotti, que já havia sido preso por homicídio e exploração de máquinas de caça-níqueis, era visto como desafeto por seus executores.

O mesmo grupo criminoso é apontado como autor da tentativa frustrada de execução do PM reformado Anderson Cláudio da Silva ('Andinho'), em 6 de janeiro de 2018, na Rua Ribeiro de Andrade, em Bangu. O alvo, no entanto, não foi atingido pelos disparos. Após essa data, apurou-se que os denunciados, em diferentes dias, se deslocaram a outros endereços vinculados a Anderson, com o intuito de monitorar sua rotina, em busca de obter êxito em uma segunda investida criminosa, que veio a ocorrer em 10 de abril do mesmo ano.

A organização possui estrutura ordenada e voltada, sobretudo, para o planejamento e execução de homicídios encomendados mediante pagamento em dinheiro ou outra vantagem. Nesta hierarquia, Leonardo Gouvêa da Silva (vulgo 'MAD') exerce a chefia sobre os demais, competindo-lhe a negociação, o planejamento, a operacionalização e a coordenação quanto à divisão das tarefas criminosas a serem executadas por seus asseclas, sendo forte braço armado.

Destaca-se também, ainda de acordo com as investigações prévias à deflagração da Operação desta terça-feira (30/6). a atuação de Leandro Gouvêa da Silva (vulgo 'Tonhão'), irmão e homem de confiança de Leonardo, que atua como motorista do grupo, tendo ainda como incumbência o levantamento, a vigilância e o monitoramento das vítimas. Outros dois denunciados cumprem funções semelhantes, sendo ainda braços armados: João Luiz da Silva ('Gago') e Anderson de Souza Oliveira ('Mugão'), ambos ex-policiais militares.

Foram oferecidas três denúncias, sendo uma junto á 1ª Vara Especializada da Comarca da Capital, tendo sido expedidos mandados de prisão e busca e apreensão por crime de organização criminosa. A segunda, por crimes de homicídios, foi distribuída à 3ª Vara Criminal da Comarca da Capital, em face de Leonardo Gouvêa da Silva ('MAD'), Leandro Gouvêa da Silva ('Tonhão') e João Luiz da Silva ('Gago'), onde também foram expedidos mandados de prisão e de busca e apreensão.

A terceira denúncia oferecida foi distribuída junto à 4ª Vara Criminal da Comarca da Capital, tendo como vítima de homicídio Marcelo Diotti da Matta, morto em 14 de março de 2018, na Barra da Tijuca. Cabe ressaltar que a investigação que originou as denúncias contou com técnicas inovadoras, sobretudo no aspecto de uso de tecnologias, em procedimentos autorizados pela Justiça. As provas que compõem as denúncias resultaram na deflagração da presente operação Tânatos.

Fonte: Site do Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro

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