O presidente Jair Bolsonaro informou, ontem (06), que está com sintomas da covid-19 e que fez um novo exame para detectar se foi infectado pelo novo coronavírus. Ele disse a interlocutores, ontem à noite, que não sabia do resultado do teste. A previsão é de que a divulgação ocorra hoje, ao meio-dia. Segundo a CNN Brasil, o mandatário teve febre de 38°C e já está tomando hidroxicloroquina e azitromicina de maneira preventiva, embora nenhum dos dois medicamentos tenha eficácia comprovada no combate à doença.
Ao conversar com apoiadores na entrada do Palácio da Alvorada, Bolsonaro comentou que, além do exame para a covid-19, fez uma ressonância magnética dos pulmões. Os procedimentos foram realizados no Hospital das Forças Armadas (HFA) e na residência oficial. De acordo com o chefe do Executivo, os níveis de oxigenação do sangue dele estão em 96% e "está tudo bem".
"Eu vim do hospital agora, fiz uma chapa do pulmão, tá limpo o pulmão, tá certo? Vou fazer o exame do covid agora, mas está tudo bem", frisou o presidente. No contato com os apoiadores, ele disse que não chegaria "muito perto" por se tratar de uma "recomendação para todo mundo", contudo, antes de se despedir, tirou fotos com o grupo de simpatizantes.
Por conta da suspeita, a família do presidente que vive com ele no Palácio da Alvorada e os funcionários da Presidência que tiveram contato com o chefe do Executivo também terão de se submeter a exames. O comandante do Planalto pode ser considerado um integrante do grupo de pessoas que apresenta risco maior de desenvolver forma grave da doença, por já ter 65 anos.
Gripezinha
Vários integrantes da equipe dele contraíram o novo coronavírus desde o início da pandemia, mas, até agora, oficialmente, os testes do presidente resultaram negativo. Apesar da pandemia, o mandatário tem negado os perigos da doença e já reduziu a covid-19 a um "resfriadinho" e a uma "gripezinha". Além disso, ele resiste em manter o distanciamento social e costuma se aproximar das pessoas ao aparecer em público, seja participando de manifestações públicas em seu apoio, seja passeando por Brasília nos fins de semana.
Na última sexta-feira (03), por exemplo, Bolsonaro fez uma reunião e almoçou com um grupo de 10 empresários, entre eles, o presidente da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), Paulo Skaf, no Palácio da Alvorada. Em nenhum momento ele ou os convidados usaram máscaras, bem como não respeitaram um limite mínimo de distanciamento social.
O mesmo aconteceu no dia seguinte, quando Bolsonaro e outros integrantes do governo federal dispensaram o equipamento de proteção e as recomendações sanitárias durante um almoço na casa do embaixador dos Estados Unidos em Brasília, Todd Chapman, para comemorar os 244 anos da independência americana.
Bolsonaro e o coronavírus
20/3