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Tráfico, extorsão, agiotagem

Nove acusados escapam da Operação Porto Firme contra Narcomilícia

Cabeça do grupo, capitão da PM se entregou na Homicídios; mãe de número de 3 do bando pediu cabeça de policiais civis


Operação Ponto Firme mobilizou Polícia Civil e Ministério Público para desbaratar grupo paramilitar que atuava do tráfico de drogas à extorsão e agiotagem em Jacarepaguá Foto Agência Brasil Tânia Rêgo

Balanço da Operação Ponto Firme revela cumprimento de seis dos dezesseis mandados de prisão expedidos pela Justiça do Rio. Na ação, foi detido em casa o chefe da segurança do grupo , o cabo PM Fernando Mendes Alves, o Biro. Na ação foi presa também Ana Lúcia da Silva Alves, de 54 anos, mãe de Gabriel da Silva Alves, considerado o número 3 na hierarquia da milícia. Ela foi detida em casa, em Vargem Grande. O filho está foragido. Em interceptação telefônica autorizada pela Justiça, os investigadores descobriram que Ana Lúcia ordenou a morte de policiais civis que investigavam a quadrilha.

Após o término da operação, o chefe do grupo, o oficial da PM Leonardo Magalhães Gomes da Silva, o 'Capitão', dado como foragido por escapar ao cumprimento de mandado de prisão contra si, se entregou na Delegacia de homicídios da Capital, na Barra da Tijuca. O Capitão chegou a ser dado como foragido e teve seu nome e retrato incluído no Portal dos Procurados, do Disque Denúncia.

A ação coordenada pelo MPRJ teve como objetivo a prisão preventiva de integrantes de uma organização criminosa que pratica tráfico de drogas e de armas de fogo, extorsões, homicídios, agiotagem e corrupção ativa. Os mandados foram expedidos pela 1ª Vara Criminal Especializada da Capital, a pedido do Ministério Público.

A operação visava ainda cumprir 51 mandados de busca e apreensão em endereços ligados ao grupo que atua na região de Vargem Grande e Vargem Pequena, na Zona Oeste do Rio. O balanço foi divulgado pela Secretaria de Estado de Polícia Civil, que atuou na Porto Firme por meio da Delegacia de Homicídios da Capital (DHC), em ação conjunta com o Ministério Público Estadual (MPRJ), por meio do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (GAECO/MPRJ), e da Corregedoria Geral da Polícia Militar. A Operação Porto Firme foi executada nesta quinta-feira (9/7).

O oficial da Polícia Militar Leonardo Magalhães Gomes da Silva, conhecido como Capitão, foi transferido para a Unidade Prisional da Polícia Militar, o antigo Batalhão Especial Prisional (BEP) da PM, em Niterói. A transferência foi logo após o oficial se entregar na noite de quinta-feira (9/7) na Delegacia de Homicídios.

Leonardo Magalhães Gomes da Silva era considerado foragido porque não chegou a ser cumprido o mandado de prisão preventiva contra ele na Operação Porto Firme.A resultou na prisão em casa do cabo PM Fernando Mendes Alves, conhecido como Biro.De acordo com o MPRJ, os dois policiais são acusados de integrar organização criminosa responsável por crimes como tráfico de drogas e de armas de fogo, extorsões, homicídios, agiotagem e corrupção ativa na região de Vargem Grande, Vargem Pequena e adjacências, na zona oeste do Rio.

Conforme a investigação, o cabo Fernando Mendes Alves agia para garantir a proteção dos outros integrantes do grupo "para que estes pudessem continuar praticando delitos impunemente, sem que forças externas os incomodassem, inclusive intervindo em ações da Polícia Civil".

"Ressaltamos que Polícia Militar não compactua com quaisquer desvios de conduta por parte de seus integrantes, sendo tais situações devidamente responsabilizadas quando comprovadas", informou por nota o comando da PMRJ.

A denúncia do MPRJ à 1ª Vara Criminal Especializada da capital revela que a investigação contra o grupo, conduzida no Inquérito Policial 901-00159/2020, partiu da apuração da morte de Marcus Vinícius Calixto, em 2018, em Vargem Grande. O Ministério Público informou que a vítima teria sido morta por contrariar interesses dos criminosos, acusados de formar grupo paramilitar, naquela região da zona oeste. "Escutas telefônicas autorizadas pelo Judiciário demonstraram a existência de um grupo criminoso atuante na localidade, liderado pelo oficial da Polícia Militar, Leonardo Magalhães Gomes da Silva, também conhecido como Capitão."

De acordo com a denúncia do Ministério Público, os investigadores constataram que a organização, conhecida na região por atuar com extrema violência e com largo emprego de armas de fogo, não guardava em suas atividades uma separação rígida entre as tarefas atribuídas a seus integrantes, sendo possível, no entanto, identificar e destacar a hierarquia e a predominância no desempenho de funções de cada um, critério este usado para a divisão do grupo em núcleos.

"Logo abaixo do comando exercido por Capitão, apoiado por Biro, com atribuições de interferência no trabalho das autoridades públicas, além da orientação e decisão dos rumos a serem tomados pelo grupo, estava o núcleo gerencial, exercido por três de seus membros, com posição hierárquica mais alta que os demais componentes, e, em seguida, o núcleo operacional, composto por todos os demais membros do bando, exercendo tarefas tais como as de "vapor" e "olheiro", diante da principal atividade econômica do grupo, a venda de entorpecentes. Também foi constatado que o grupo executava ações destinadas à proteção de seus integrantes contra inimigos, agindo com violência, intimidação ou até mesmo com a eliminação dos inimigos", diz a denúncia.


Agência Brasil, site da Polícia Civil, site do Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro

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