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Número de fumantes dobra e 18% bebem diariamente na quarentena

Álcool e tabaco são as principais causas de câncer na boca, faringe e laringe

Por Portal Eu, Rio! em 17/07/2020 às 07:00:00

Aumentou consumo de cigarros e bebidas na quarentena. Foto: Pixabay

Os resultados da "ConVid – Pesquisa de Comportamento", realizada pela Fundação Oswaldo Cruz, em parceria com a Universidade Federal de Minas Gerais e com a Unicamp, demonstraram que, durante a pandemia e isolamento, 18% das pessoas estão bebendo diariamente e os fumantes quase dobraram a quantidade diária de cigarros.

É preciso atenção, pois o álcool e o tabaco são as principais causas de câncer na boca, faringe e laringe. Estamos no Julho Verde – mês da conscientização sobre o Câncer de Cabeça, que alerta para a conscientização sobre prevenção e diagnóstico precoce dos cânceres que atingem a região da cabeça e pescoço: boca, língua, laringe, faringe e região do pescoço, como os da tireoide. No dia 27 de julho é lembrado o Dia Mundial de Prevenção do Câncer de Cabeça e Pescoço.

De acordo com dados do INCa (Instituto Nacional do Câncer), a cada ano surgem 43 mil novos casos de cânceres que envolvem a região da cabeça e pescoço e que acabam por resultar em cerca de 10 mil mortes anualmente. Muitas vezes, as mortes ocorrem em função de diagnósticos tardios.

Atenção aos Sinais e Sintomas

São quatro os fatores que merecem maior atenção:

1. Lesões ou feridas da boca, também chamadas de aftas, principalmente em pessoas com mais de 40 anos, que são fumantes, ingerem álcool de uma maneira um pouco mais que a social e possuem próteses dentárias. Tais lesões que persistam por mais de 15 dias, precisam ser imediatamente avaliadas.

2 – Rouquidão ou voz alterada por mais de 15 dias deve rapidamente ser avaliada.

3 – Nódulos ou tumores no pescoço (tumores cervicais).

4 – Vida sexual não estável ou com múltiplos parceiros. A infecção pelo papiloma vírus humano (HPV) pode ser também causador dos carcinomas da orofaringe. O contágio pode acontecer durante o sexo oral.

Diagnóstico precoce

Um primeiro diagnóstico pode ser feito por um clínico geral, dentista ou outro especialista que verifique a boca e apalpe a região do pescoço.

De acordo com recente estudo realizado na Faculdade de Medicina da USP, em mais de 75% das consultas médicas não se realizam exames da boca e do pescoço, momento em que é possível a detecção precoce de nódulos e outros problemas nessas regiões do corpo.

"A maioria dos médicos solicita exames de alta complexidade, resultando em demora de diagnóstico e altos custos para os convênios médicos e sistema público de saúde", observa Flavio Hojaij, professor da FMUSP, cirurgião e ex-secretário e diretor científico da SBCCP (Sociedade Brasileira de Cirurgia de Cabeça e Pescoço), lembrando que, no caso do câncer de boca, os dentistas têm papel fundamental no alerta e diagnóstico. Nesse momento de pandemia, Hojaij tem atuado junto a alunos de várias faculdades de medicina, com esclarecimentos e orientações em plataformas online.


Flavio Hojaij. Foto: Divulgação

Prevenção, em geral:

Mudanças de hábitos, como alimentação saudável, prática de exercícios físicos, ter uma boa higiene pessoal, cuidados com exposição solar, não fumar, consumir bebida alcóolica com moderação e manter relações sexuais com preservativos podem contribuir e muito para a prevenção do câncer de cabeça e pescoço. Para quem tem próteses dentárias – especialmente as removíveis - é preciso estar atento ao ajuste da peça e a seu conforto e uma avaliação sistemática pelo dentista.


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