Moradores da Baixada Fluminense relataram ter sentido tremores de terra esta semana na região. Alguns ligaram o fenômeno ao Vulcão de Nova Iguacu, adormecido há 60 milhões de anos, localizado ao nordeste do Maciço do Mendanha, no Estado do Rio de Janeiro. O vulcão possui formação geológica de rochas vulcânicas, especialmente piroclásticas.
No entanto, a maioria dos pesquisadores é contrária à hipótese de existência de um vulcão no local desde a época-auge do fenômeno social. O grupo de geólogos Akihisa Motoki, Rodrigo Soares, Marcela Lobato e Giannis Petrakis, da UERJ; Susanna Sichel, da UFF; José Ribeiro Aires da Petrobras; e Ana Maria Netto, da UFRJ, apresentaram um estudo, primeiro artigo publicado em revista científica cujo tema era Nova Iguaçu, afirmando que a geologia e a morfologia do município seriam incompatíveis com o modelo do vulcão.
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O argumento principal foi a rocha constituinte principal do Maciço do Mendanha, álcali sienito e nefelina sienito, rochas plutônicas formadas por resfriamento magmático por quilômetros de profundidade. Esta profundidade é incompatível com o modelo do vulcão. A publicação esclareceu a inexistência de cratera, cone, bomba, lava e fluxo piroclástico. As pesquisas geomorfológicas também comprovaram a inexistência do suposto "edifício vulcânico".
Atualmente existem cinco publicações de conteúdos vulcanológicos com a opinião contrária à hipótese do vulcão e nenhuma a favor. Os estudos geológicos de Nova Iguaçu chegaram a um novo paradigma: houve erupções vulcânicos nesta área há cerca de 60 milhões de anos, porém não há mais o "edifício vulcânico" preservado. Os depósitos eruptivos que estavam presentes foram eliminados completamente pelo soerguimento regional e a consequente denudação desde lá. De acordo com os pesquisadores, não existe o "Vulcão de Nova Iguaçu", apenas uma estrutura subvulcânica de 3 km de profundidade da época das erupções que ocorreram no passado.