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MPRJ cumpre mandados de prisão contra milicianos no Rio

Grupo foi condenado pela prática de organização criminosa, corrupção ativa e passiva

Por Portal Eu, Rio! em 30/07/2020 às 11:43:48

Grupo atuava na Zona Oeste do Rio. Foto: Reprodução Google Maps

O Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro (MPRJ), por meio da Corregedoria-Geral da Polícia Militar (PMERJ), junto aos técnicos da ANATEL, deflagraram, nesta quinta-feira (30), a operação Gogue Magogue, para cumprimento de seis mandados de prisão preventiva e 23 de busca e apreensão, contra 14 policiais militares e oito civis integrantes de milícia que atua na predominantemente na comunidade Asa Branca, situada na grande Jacarepaguá, Zona Oeste.

O grupo é condenado pela prática dos crimes de organização criminosa, corrupção ativa e passiva, e concussão. Também foi cumprido mandado de busca e apreensão em um imóvel supostamente utilizado como central clandestina de TV a cabo, atividade explorada pelos criminosos, popularmente conhecida como "gatonet".

Segundo o MPRJ, o grupo é responsável pela prática de exploração e comercialização de sinais clandestinos de televisão a cabo e a venda de cigarros ilegais, mas atua principalmente na exploração ilícita de pontos de mototáxi.

De acordo com a investigação, os PMs recebem propinas para fornecerem informações privilegiadas sobre operações policiais na região, bem como para garantir a livre circulação dos mototaxistas do bando nas áreas de fiscalização do 18º BPM (Jacarepaguá) e 31º BPM (Recreio dos Bandeirantes), fazendo vista grossa para as irregularidades de trânsito eventualmente praticadas pelos mototaxistas.

Quando abordados pela polícia, os mototaxistas fazem contato com membros da milícia e são liberados. Não raro, os próprios policiais militares presentes na operação assumem a ligação para confirmarem diretamente com o comparsa se o mototaxista detido é, de fato, parceiro do grupo criminoso.

Traço da organização é o emprego de violência e ameaça contra aqueles que, de alguma forma, atrapalham seus interesses. Telefonemas interceptados revelam que os mototaxistas que deixavam de pagar as taxas impostas pelos milicianos eram sumariamente banidos da região, ameaçados, agredidos fisicamente, ou tinham suas motocicletas arbitrariamente "confiscadas".

A denúncia apresentada pelo MPRJ aponta ainda a existência de indícios da prática de invasão de propriedade, grilagem de terras, exploração sexual de menores e lesões corporais contra membros da própria organização criminosa que cometessem erros ou desobedecessem a ordens de superiores. O grupo, por diversas vezes, empregou armas de fogo em sua atuação, bem como contou com o concurso de funcionários públicos, mais especificamente policiais militares, que se aproveitaram desta condição para viabilizar as práticas criminosas do bando.

Foram cumpridos mandados de prisão e de busca e apreensão em face de Jorge Henrique da Silva (vulgo 'Dô', 2º sargento, lotado no 22º BPM) e Adelmo da Silva Guerini Fernandes (também 2º sargento, mas no 21º BPM), apontados como líderes do organização criminosa, além de outros quatro integrantes: Nielsen da Silva Barbosa (3º sargento); Francisco Santos de Melo (subtenente); Leonardo de Oliveira Pelussi (cabo) e Marcos Paulo Custodio Alves (2º sargento). Estes quatro últimos são lotados no 18º BPM. Além destes, outros oito policiais militares, à época lotados no 18º BPM, foram alvos de mandados de busca e apreensão, por terem sido flagrados em conversas suspeitas com integrantes da organização criminosa. Dessa forma, na operação desta quinta foram realizadas ações de busca e apreensão nos 5º, 14º, 18º, 21º e 22º Batalhões, além da 1ª UPP - Santa Marta.

Nessa mesma operação, foram cumpridos ainda oito mandados de busca e apreensão contra oito civis denunciados por participação na organização criminosa: Moisés Ubiratan Lopes Peres; Luís César Lima Napoli (vulgo 'PC'); Antônio Marcos Santos Silva ('Marquinho', atualmente foragido da Justiça); Marilena Nascimento Faria; Carlos Renato Nascimento Faria ('Renatinho'); Cristiano Pereira Gomes; Ygor Rodrigues Santos da Cruz e Kleber Farias de Oliveira Carneiro, responsáveis por atividades como 'gerenciamento' dos pontos de mototáxi, repasse de propinas aos policiais dos 18º e 31º Batalhões e emissão de 'alertas' sobre operações policiais na região, além de toda a manutenção técnica e cobrança pelos serviços clandestinos de tv a cabo, internet e comercialização de cigarros ilegais.

Os mandados da operação desta quinta-feira foram expedidos pela Auditoria de Justiça Militar do Estado do Rio de Janeiro, no caso dos policiais militares, e pela 1ª Vara Criminal Especializada da Comarca da Capital, no caso dos denunciados civis.

Fonte: Ministério Público do Rio de Janeiro

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