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Polícia prende 52 homens acusados de agressões a mulheres na Operação Athena

Departamento Geral de Polícia de Atendimento à Mulher busca cumprir mais de 100 mandados de prisão

Por Portal Eu, Rio! em 13/08/2020 às 11:21:59

Imagem: Reprodução TV Globo

Policiais civis cumprem hoje (13) mais de 100 mandados de prisão de foragidos da Justiça por crimes de violência contra a mulher no Rio de Janeiro. A operação Athena está sendo coordenada pelo Departamento Geral de Polícia de Atendimento à Mulher (DGPAM), da Polícia Civil do Rio, em homenagem aos 14 anos da Lei Maria da Penha. De acordo com a polícia, 52 pessoas já haviam sido presas até às 16h45. O nome da operação remete à deusa grega da força e da sabedoria da mulher.

Os mandados de prisão foram expedidos pela Justiça a partir de inquéritos policiais concluídos por delegacias do estado, mas não inclui foragidos que estejam dentro de comunidades controladas por grupos criminosos armados, devido à restrição de operações em favelas durante a pandemia de covid-19, imposta pelo Supremo Tribunal Federal (STF).

De acordo com a diretora do DGPAM, delegada Sandra Ornellas, somente em 2019 as delegacias de atendimento à mulher no Rio indiciaram 16.703 suspeitos de violência doméstica e familiar e solicitaram 20.930 medidas protetivas de urgência.


Delegada Sandra Ornellas, diretora do GPAM. Imagem: Reprodução TV Globo

Diminuição dos registros

A diretora do DGPAM, delegada Sandra Ornellas, ressalta o trabalho realizado pelas DEAMs, que resulta em indiciamentos e prisões de autores de violência doméstica. "Somente em 2019, as DEAMs indiciaram 16.703 autores de violência doméstica e familiar de diversas formas contra mulheres, além de solicitar 20.930 medidas protetivas de urgência. O resultado deste trabalho são os inúmeros mandados de prisão a serem cumpridos hoje", afirmou.

Redução de registros durante a pandemia chegou a 50%, mas delegada alerta para aumento no último mês, com a flexibilização. Ainda segundo a diretora do DGPAM, apesar de as DEAMs terem continuado a atender ao longo de todo o período de isolamento social, inclusive tendo realizado diversas prisões em flagrante, houve uma diminuição nos registros de ocorrência, em alguns casos de até 50%.

"Segundo o Monitor de Violência do Instituto de Segurança Pública (ISP), a redução do número de registros não significa que a violência contra a mulher esteja diminuindo, mas que pode haver subnotificação neste período de pandemia. Com a flexibilização do isolamento social, houve um considerável aumento no número de registros durante o último mês", afirmou a delegada. Ouça o depoimento da delegada Sandra Ornellas no podcast do portal Eu, Rio!

A delegada, esclarece, no entanto, que essa queda não significa menos agressões.

"Se nós estamos em um período de isolamento, e esse registro diminui, certamente o que diminuiu não foi a violência, é um caso de subnotificação", destacou a delegada.

"Segundo o Instituto de Segurança Pública (ISP), a casa é o lugar mais violento para a mulher", afirmou Sandra. "A maioria é agredida nos fins de semana", emendou.

Sandra afirmou ainda que denúncias ou pedidos de socorro podem ser feitos no telefone 197.

Agosto Lilás

Em entrevista à GloboNews, Sandra disse que a lei Maria da Penha é um "divisor de águas" no combate à violência contra a mulher. Ela também lembrou que o mês de agosto é conhecido como "Agosto Lilás", de combate à violência doméstica em todo o Brasil.

"A gente aproveitou a flexibilização desse período de isolamento para cumprir esses mandados, tirar de circulação esses indivíduos e encorajar mulheres que ainda não tem coragem de denunciar, seja por vergonha, seja por impossibilidade", disse ela, que acrescentou ainda que é necessária a criação de políticas públicas para prevenção de casos de violência. Segundo Ornellas, o Rio não tem centros especializados em todos os seus municípios.

"É fundamental que a gente tenha políticas públicas de forma estruturada. É importante que a gente tenha serviços especializados. No Rio, de 92 municípios, temos apenas 30 centros especializados de atendimento à mulher", avaliou.

Por Portal Eu, Rio!
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