Delegada Sandra Ornellas, diretora do GPAM. Imagem: Reprodução TV Globo
Diminuição dos registros
"Segundo o Monitor de Violência do Instituto de Segurança Pública (ISP), a redução do número de registros não significa que a violência contra a mulher esteja diminuindo, mas que pode haver subnotificação neste período de pandemia. Com a flexibilização do isolamento social, houve um considerável aumento no número de registros durante o último mês", afirmou a delegada. Ouça o depoimento da delegada Sandra Ornellas no podcast do portal Eu, Rio!
A delegada, esclarece, no entanto, que essa queda não significa menos agressões.
"Se nós estamos em um período de isolamento, e esse registro diminui, certamente o que diminuiu não foi a violência, é um caso de subnotificação", destacou a delegada.
"Segundo o Instituto de Segurança Pública (ISP), a casa é o lugar mais violento para a mulher", afirmou Sandra. "A maioria é agredida nos fins de semana", emendou.
Sandra afirmou ainda que denúncias ou pedidos de socorro podem ser feitos no telefone 197.
Agosto Lilás
Em entrevista à GloboNews, Sandra disse que a lei Maria da Penha é um "divisor de águas" no combate à violência contra a mulher. Ela também lembrou que o mês de agosto é conhecido como "Agosto Lilás", de combate à violência doméstica em todo o Brasil.
"A gente aproveitou a flexibilização desse período de isolamento para cumprir esses mandados, tirar de circulação esses indivíduos e encorajar mulheres que ainda não tem coragem de denunciar, seja por vergonha, seja por impossibilidade", disse ela, que acrescentou ainda que é necessária a criação de políticas públicas para prevenção de casos de violência. Segundo Ornellas, o Rio não tem centros especializados em todos os seus municípios.
"É fundamental que a gente tenha políticas públicas de forma estruturada. É importante que a gente tenha serviços especializados. No Rio, de 92 municípios, temos apenas 30 centros especializados de atendimento à mulher", avaliou.