O carnavalesco da Mangueira, Leandro Vieira, foi indicado para o Prêmio PIPA Online 2020, uma das mais importantes comendas da arte contemporânea brasileira. É a primeira vez que um artista carnavalesco foi indicado em onze edições da comenda.
De acordo com o carioca Leandro, a indicação ao prêmio e estar concorrendo na segunda fase do PIPA Online é o reconhecimento do meio onde oferece sua arte. "O reconhecimento não é apenas meu. É também o reconhecimento dos carnavalescos que vieram antes de mim. É o reconhecimento dos que virão depois de mim", filosofa.
Segundo o carnavalesco, a alegria pelo trabalho é grande, mas principalmente por colocar luz no trabalho dos carnavalescos. "Onde realizo minha obra é uma espécie de trincheira artística menosprezada pela elite intelectual brasileira; diminuída em função da incompreensão de sua explícita face popular e vitimada pelo preconceito latente com as coisas que são a extensão de corpos subalternizados", observa.
Para Wagner Gonçalves, carnavalesco da GRES Estácio de Sá, primeira escola de samba do país, Leandro está representando o segmento "Carnaval". "É um reconhecimento, ao que parece, não apenas a um artista individual, mas a todos que trabalham nesta área. Particularmente, com quem trabalha com a concepção geral do espetáculo", avalia.
Desfile da Mangueira de Leandro Vieira que deu o título de 2019 à escola de samba. Foto: Tomaz Silva - Agência Brasil
Para votar
1) Entre no endereço https://www.premiopipa.com/leandro-vieira/
2) Clique no botão "votar" na página do artista escolhido. Então, o visitante deverá informar seu e-mail, para onde será enviado um código de verificação.
3) Após copiar e colar o código no campo da janela de votação no site, será necessário confirmar um captcha (uma simples pergunta de segurança) e então seu voto é registrado no sistema.
Quem é Leandro Vieira
Artista plástico formado pela Escola de Belas Artes da UFRJ, o carioca Leandro Vieira atua na cena carnavalesca desde 2015. À frente dos projetos artísticos da Estação Primeira de Mangueira, conquistou dois campeonatos: em 2016, com "Maria Bethânia – A menina dos olhos de Oyá"; e em 2019, com "História pra ninar gente grande". Nos últimos anos tem desenvolvido propostas conceituais que ultrapassam os contornos dos desfiles para a avenida. Em 2017, sua produção debruçada sobre a religiosidade popular, base do enredo da Mangueira naquele ano, foi documentada pelo IPHAN na publicação "Arte e Patrimônio no carnaval da Mangueira" e levada ao Paço Imperial do Rio de Janeiro em exposição individual batizada de "Bastidores da Criação – Arte aplicada ao Carnaval". Em 2018, criou a instalação interativa "Carnaval: grito de quê?", desenvolvida em parceria com o artista Ernesto Neto, para a exposição "O Rio de samba: resistência e reinvenção", que ocupou o Museu de Arte do Rio (MAR). Em seu mais recente desfile – Mangueira, 2020 – enfrentou a resistência conservadora ao apresentar a biografia de Cristo com nuances político-sociais
Ouça abaixo, no Podcast do Portal Eu, Rio!, o áudio do carnavalesco Wagner Gonçalves, da escola de samba Estácio de Sá, sobre a indicação do colega mangueirense Leandro Vieira ao prêmio.