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Saiba como manter a saúde dos seus olhos na pandemia de Covid-19

Clínicas e hospitais de oftalmologia seguem protocolos rígidos para realizar consultas e cirurgias que previnem a perda da visão

Por Portal Eu, Rio! em 12/09/2020 às 10:00:00

Os olhos são uma das principais portas de entrada do novo coronavírus. Foto: Divulgação

O Brasil tem hoje 1,2 milhão de cegos e mais de seis milhões de indivíduos com alguma deficiência visual grave. Porém, de 60% a 80% desses casos, a piora da doença ocular poderia ter sido evitada com o diagnóstico e o tratamento precoces, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS).

Portanto, os cuidados com a saúde ocular devem ser mantidos mesmo durante o necessário isolamento social devido à pandemia de COVID-19. E agora está mais fácil com a reabertura de clínicas e hospitais de oftalmologia, que retomaram suas rotinas seguindo os protocolos rígidos elaborados pelo Conselho Brasileiro de Oftalmologia (CBO) para o atendimento com total segurança dos pacientes e o trabalho dos médicos.

Por conta da inevitável quarentena na pandemia de COVID-19, as consultas e as cirurgias para a prevenção das doenças oculares foram adiadas na maioria das situações em vários países. Tanto que a oftalmologia teve a maior queda no número de atendimentos entre todas as especialidades médicas, com um índice de 81% (somando consultas e cirurgias). Em seguida, encontram-se tratamentos de coluna (76%), ginecologia (75%), ortopedia (74%), otorrino (72%), 68% (endocrinologia) e 67% (dermatologia), com base nos dados da National Patient and Procedure Volume Tracker Analysis, realizada nos Estados Unidos.

E o oftalmologista Bruno Machado Fontes, diretor das Clínicas Lúmmen Oftalmologia (empresa do grupo Opty) e presidente da Associação Brasileira de Catarata e Cirurgia Refrativa (https://brascrs.com.br/), afirma que o índice na redução de assistência oftalmológica no Brasil, nos últimos quatro meses, é semelhante ao divulgado no levantamento americano. "É preciso continuar cuidando da saúde ocular", alerta o especialista.

"Aqui, na pandemia, aumentaram as queixas de cansaço ocular, olho seco e miopia em crianças, decorrente do excesso de uso de telas. E no inverno há maior incidência de casos de rinite alérgica, o que leva ao hábito de coçar os olhos, o principal fator de risco para o ceratocone, doença ocular grave de maior incidência em adolescentes e jovens, que, sem diagnóstico e tratamento prévios, pode levar à perda progressiva de visão. A negligência com a saúde da visão pode piorar o quadro de pessoas que sofrem de doenças oculares, como catarata (a opacidade do cristalino, a lente natural dos olhos, tratável com cirurgia), glaucoma (principal causa de cegueira irreversível devido a danos no nervo óptico, por aumento da pressão intraocular), degeneração macular (atinge a mácula, a parte nobre da retina e responsável pela visão central) e retinopatia diabética (afeta os pequenos vasos da retina, devido ao diabetes mal controlado) ou que precisam de transplante de córneas", comenta Fontes. "Para ter uma ideia, no Brasil, a cirurgia de catarata é a maior demanda no Sistema Único de Saúde (SUS)", acrescenta.

Ainda na concepção do oftalmologista, dois fatores podem explicar a redução drástica na assistência em oftalmologia na pandemia de COVID-19: o grande movimento na especialidade não é de emergência e a maioria dos pacientes é de idosos.

"Nesse momento, é mais seguro fazer o check-up oftalmológico de rotina em crianças, adultos e idosos do que ir a um supermercado, por exemplo. Clínicas e hospitais oftalmológicos estão com rigorosos protocolos de atendimento. Entre as medidas estão aferição de temperatura de todos os pacientes, espaçamento maior entre as consultas, menor ocupação nas salas de espera, limpeza e desinfecção de todo o ambiente e dos equipamentos, no intervalo entre as consultas. E cirurgias oculares, como a de catarata, estão sendo realizadas, por enquanto, em casos graves", observa o médico.

Os olhos são uma das principais portas de entrada do novo coronavírus e sua transmissão pode ocorrer através do contato com a lágrima de uma pessoa infectada. E estudo realizado pela Unifesp indica que a COVID-19 pode produzir danos à retina. E, de acordo com a Academia Americana de Oftalmologia (AAO), a infecção pelo Sars-CoV-2 causa conjuntivite em 1 a 3% dos pacientes. Essa doença se caracteriza pela irritação ou inflamação da conjuntiva, a membrana transparente e fina que recobre a parte branca do olho. Geralmente, a pessoa apresenta vermelhidão, coceira e lacrimejamento dos olhos. Também podem aparecer secreções ou crostas ao redor dos olhos. Em caso de suspeita, deve-se procurar imediatamente o oftalmologista. A conjuntivite pode ter origem ainda em alergias ou infecção por outros vírus ou bactérias.

"Evitar levar as mãos aos olhos protege contra o vírus da COVID-19, e usuários de lentes de contato e óculos precisam redobrar a preocupação com a higienização das mãos e dos estojos, especialmente na pandemia", orienta o doutor Fontes.

Fonte: Agência Brasil

Tags:   olhospandemia
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