Uma menina de 3 anos foi atingida por uma bala perdida na noite de segunda-feira (14/9), em Santa Cruz da Serra, Duque de Caxias, na Baixada Fluminense. A criança estava no portão de casa, quando foi atingida no peito. Em 2020, a plataforma Fogo Cruzado já registrou 19 crianças, com idade inferior a 12 anos, baleadas na Região Metropolitana do Rio: 6 delas morreram. No mesmo período de 2019 (entre 1º/1 e 15/9), a plataforma Fogo Cruzado registrou 15 crianças baleadas na Região Metropolitana do Rio: 4 delas morreram.
Ao todo, 763 pessoas foram baleadas no Grande Rio durante o isolamento social, destas, 384 morreram. Comparado com o mesmo período de 2019, quando houve 776 mortos e 737 feridos, na quarentena houve queda de 51% na quantidade de mortos e de 49% na de feridos.
Entre os baleados, 14 eram idosos (com idade igual ou superior a 60 anos), 11 eram adolescentes (entre 12 anos e 18 anos incompletos) e 8 eram crianças (com idade inferior a 12 anos). Houve ainda 64 agentes de segurança baleados e 38 pessoas vítimas de balas perdidas. 11 pessoas foram baleadas quando estavam dentro de casa e houve 19 casos em que 3 ou mais civis foram mortos a tiros em uma mesma situação, sendo 76 civis mortos nestas circunstâncias.
Com uma média de 13 tiroteios por dia, o período de quarentena (14 de março e 13 de setembro) teve 2.359 tiroteios/disparos de arma de fogo, o que representa uma queda de 7% em comparação com a média diária de tiros no período pré-quarentena (1 de janeiro até 13 de março) quando, dos 1.024 tiroteios/disparos de arma de fogo na região metropolitana do Rio, houve em média 14 tiros por dia. Houve ainda uma média de 2 mortos e de 2 feridos por dia durante o isolamento social.
A Zona Norte do Rio, com 828 registros, concentrou 35% do total de tiroteios/disparos de arma de fogo acumulados no Grande Rio durante a quarentena (2.359), sendo a região com mais registros neste período. Em seguida, estão Baixada Fluminense (503), Zona Oeste (439), Leste Metropolitano (409), Centro (115) e Zona Sul (65). O Leste Metropolitano****, com 272 baleados no total, concentrou o maior número de mortos (130) e de feridos (142).
O Rio de Janeiro, com 1.447 registros, foi o município da região metropolitana com o maior número tiroteios/disparos de arma de fogo durante a quarentena, concentrando 61% do total acumulado no Grande Rio (2.359). São Gonçalo (265), Duque de Caxias (164), Niterói (100) e Belford Roxo (88) completaram o ranking.
Rio de Janeiro também foi o município com o maior número de mortos (142) e de feridos (164). Entre os 5 bairros do Grande Rio com mais tiroteios durante a quarentena estão Vila Kennedy (169), Complexo do Alemão (69), Cidade de Deus (62), Tijuca (62) e Vicente de Carvalho (52).
Houve 575 tiroteios/disparos com a presença de agentes de segurança***, o que representa 24% do total de tiroteios registrados nestes 6 meses de quarentena (2.359). Já em comparação com o mesmo período de 2019, quando houve 1.217 tiroteios com a participação dos agentes, houve queda de 53% no índice de agentes envolvidos nos tiroteios.
Fonte: Fogo Cruzado