Pesquisa CNT mostra liderança de Lula

Mesmo preso desde abril, por corrupção e lavagem de dinheiro, após condenação confirmada pelo Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF4) em janeiro, o candidato do PT, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, continua liderando todas as pesquisas de intenção de voto. A Confederação Nacional do Transporte (CNT) divulgou nesta segunda-feira a 137ª Pesquisa CNT/MDA, sobre a corrida presidencial. Em simulações de segundo turno sem o petista, no entanto, o candidato do PSL, deputado federal Jair Bolsonaro, vence todos os principais adversários, como Ciro Gomes (PDT), Marina Silva e o ex-governador de São Paulo Geraldo Alckmin (PSDB).

O levantamento foi registrado no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) sob o número BR-09086/2018. Realizado entre os dias 15 e 18 deste mês. Os pesquisadores entrevistaram 2.002 eleitores em 137 municípios de 25 estados nas cinco regiões do país. A margem de erro é de 2,2%, com 95% do nível de confiança.

Na pesquisa estimulada, Lula lidera com 37,3%. Em segundo vem Bolsonaro, com 18,8%. Seguido de Marina Silva, com 5,6%; Alckmin, 4,9%; Ciro Gomes, 4,1%; Álvaro Dias (Podemos), 2,7%; Guilherme Boulos (PSOL), 0,9%; João Amoêdo (Novo) e Henrique Meirelles (MDB), com 08,8% cada; Cabo Daciolo (Patriota), 0,4%; Vera Lúcia (PSTU), 0,3%; João Goulart Filho (PPL), 0,1%; e José Maria Eymael (Democracia Cristã), 0%. Brancos e nulos somam 14,3% e indecisos, 8,8%.

Segundo a CNT, os resultados da pesquisa mostram crescimento e liderança de Lula na intenção de voto, com Bolsonaro em segundo lugar. De acordo ainda com o levantamento, caso o petista não tenha a sua candidatura aprovada pelo TSE, Fernando Haddad (PT), seu substituto na disputa; Marina; Ciro e Bolsonaro são, nessa, ordem, os principais herdeiros dos seus votos. Além disso, 31,3% anulariam o voto ou votariam em branco e 16,6% se mostraram indecisos.

Na pesquisa espontânea, em que o entrevistador não cita o nome de nenhum candidato e apenas pergunta ao entrevistado em que ele deseja votar, Lula também lidera com folga. O petista tem 20,7% dos votos. Seguido de Bolsonaro, com 15,1%; Alckmin, 1,7%; Ciro, 1,5%; Álvaro Dias, 1,3% e Marina, 1,1%. Outros, 1,4%. Brancos e nulos são 18,1% e indecisos, 39%.

A CNT espera que o TSE defina logo a situação de Lula. "Sem a participação do ex-presidente Lula a eleição está aberta e é importante que a definição dos Tribunais sobre a possibilidade de sua candidatura seja feita rapidamente, para que a eleição transcorra com legalidade e normalidade.", afirmou a instituição.

Para o segundo turno, a pesquisa ainda fez quatro cenários com o candidato do PT e seis sem ele. No cenário 1, Lula tem 49,4% e Ciro Gomes, 18,5%. Branco/Nulo: 27,2%. Indecisos: 4,9%. No cenário 2, Lula, 49,5% e Alckmin 20,4%. Branco/Nulo: 25,2%. Indecisos: 4,9%. Cenário 3: Lula, 50,1%, e Bolsonaro 26,4%. Branco/Nulo: 19,1%. Indecisos: 4,4%. Cenário 4: Lula, 49,8% e Marina, 18,8%, Branco/Nulo: 26,7%. Indecisos: 4,7%. Cenário 5: Bolsonaro, 29,4% e Ciro, 28,2%. Branco/Nulo: 32,7%. Indecisos: 9,7%. Cenário 6: Bolsonaro, 29,4% e Alckmin, 26,4%. Branco/Nulo: 35,%. Indecisos: 9,2%. Cenário 7: Bolsonaro 29,3% e Marina, 29,1%. Branco/Nulo: 33,3%. Indecisos: 8,3%. Cenário 8: Ciro, 26,1% e Marina, 25,2%. Branco/Nulo: 40%. Indecisos: 8,7%. Cenário 9: Marina, 26,7% e Alckmin, 23,9%. Branco/Nulo: 40,8%. Indecisos: 8,6%. Cenário 10: : Ciro, 25,3% e Alckmin, 22%, Branco/Nulo: 42,6%. Indecisos: 10,1%.

Transferência de voto: Caso o ex-presidente Lula seja impedido de concorrer a presidente da República, dos 37,3% que afirmam votar nele na pergunta estimulada, 17,3% iriam para Fernando Haddad, 11,9% para Marina Silva, 9,6% para Ciro Gomes, 6,2% para Jair Bolsonaro, 3,7% para Geraldo Alckmin, 0,8% para Guilherme Boulos, 0,7% para Alvaro Dias, 0,7% para Henrique Meirelles, 0,5% para Vera; 0,3% para Cabo Daciolo, 0,3% para João Amoêdo, 0,1% para João Goulart Filho, 31,3% para branco/nulo e 16,6% se declaram indecisos.

Avaliação sobre Temer: A avaliação da atuação do presidente Michel Temer e a sua aprovação atingem os menores níveis da série histórica das pesquisas CNT de Opinião, realizadas desde 2001. Ela é positiva para apenas 2,7%, contra 78,3% de avaliação negativa. Para 17,7%, a gestão dele é regular e 1,3% não souberam responder. O desempenho pessoal do emedebista é reprovado por 89,6%, contra 6,9% que aprovam, enquanto 3,5% não souberam opinar.

Expectativa (para os próximos 6 meses)

Emprego: vai melhorar: 19,9%; vai piorar: 30,8%; vai ficar igual: 45,6%.

Renda mensal: vai aumentar: 19,4%; vai diminuir: 17,8%; vai ficar igual: 58,6%.

Saúde: vai melhorar: 18,4%; vai piorar: 32,3%; vai ficar igual: 46,1%.

Educação: vai melhorar: 19,4%; vai piorar: 27,7%; vai ficar igual: 49,9%.

Segurança pública: vai melhorar: 17,0%; vai piorar: 37,1%; vai ficar igual: 43,3%.

Influência de propostas e posicionamentos dos candidatos a presidente da República na decisão de voto dos entrevistados:

Candidato a favor das privatizações: aumenta a chance de votar: 17,3%; não influencia: 31,8%; diminui a chance de votar: 38,8%.

Candidato a favor da redução de privilégios dos servidores públicos: aumenta a chance de votar: 61,1%; não influencia: 20,4%; diminui a chance de votar: 11,4%.

Candidato a favor da redução de impostos: aumenta a chance de votar: 79,4%; não influencia: 13,6%; diminui a chance de votar: 2,9%.

Candidato a favor da liberação do porte de armas: aumenta a chance de votar: 24,3%; não influencia: 20,5%; diminui a chance de votar: 50,1%.

Candidato a favor da descriminalização do aborto: aumenta a chance de votar: 9,9%; não influencia: 21,9%; diminui a chance de votar: 62,8%.