A chegada do novo coronavírus (Covid-19) acarretou mudanças significativas no comportamento do consumidor que está em busca de um imóvel para comprar. Uma pesquisa inédita feita pela Loft, startup que facilita a compra, reforma, financiamento e venda de apartamentos, nos últimos cinco meses, e dados de vendas compilados pela empresa no mesmo período deixam claras essas mudanças. Há uma demanda mais variada do ponto de vista da faixa etária - mais jovens buscando apartamentos, de metragem menor, com pagamento financiado, majoritariamente para moradia.
O levantamento foi feito via WhatsApp, com cerca de mil clientes que visitaram apartamentos da Loft entre 13 de maio e 13 de outubro. Destes, 29% têm entre 25 e 34 anos; e 26,5%, entre 35 e 44 anos. A motivação de 87% dos ouvidos? Moradia. Também segundo a pesquisa, 53% pretendem comprar o apartamento escolhido de forma financiada, e 41% à vista. Os demais 6% querem custear o novo apartamento com a venda do imóvel atual.
De acordo com os dados de vendas da empresa, no mesmo período, apartamentos menores são os mais procurados. Imóveis pequenos, de 25 m2 a 70 m2, e médios, de 70 m2 a 100 m2, já respondem por 60% das transações realizadas pelo site da Loft. Caso sejam incluídos os apartamentos de 100 m2 a 120 m2, chega-se a 75% das vendas.
“Os apartamentos menores são os mais procurados neste momento de pós-pandemia. Isso representa uma importante mudança no perfil do cliente da Loft, que iniciou sua operação em 2018, em bairros com imóveis maiores, de alto valor”, diz Mate Pencz, Fundador e Co-CEO da Loft. Alguns fatores explicam essa mudança. Há mais gente trabalhando em casa, o que acaba motivando mais pessoas a morarem sozinhas. Uma outra característica desse período é o aumento do número de divórcios, o que também acarreta a busca por imóveis mais compactos.”
Os imóveis de 70 a 100 m2, com uma vaga, uma suíte e dois quartos lideram o ranking de procura neste momento, especialmente em bairros centrais de São Paulo, como Jardim Paulista, Jardim América e Moema, com custo na faixa de R$ 630 mil a R$ 860 mil.
Aquecimento do setor
Após o impacto inicial da pandemia, o mercado imobiliário vive um forte aquecimento. O motivo são as boas condições para se adquirir um imóvel no Brasil, com a histórica baixa dos juros, e o acesso facilitado ao financiamento imobiliário.
Na Loft, o volume de vendas aumentou 220% no terceiro trimestre de 2020, na comparação com o trimestre anterior, ou seja, mais do que triplicou em relação ao segundo semestre. O aumento é muito maior do que o registrado na comparação com o ano passado, que girou em torno de 70%, acompanhando a expansão da Loft.
“Houve também um aumento significativo no volume de financiamentos intermediados pela Loft esse ano - de quase 40% do primeiro para o segundo trimestre”, diz Mate Pencz. “Já na comparação entre os segundo e o terceiro trimestres, o volume de negócios quintuplicou.”
No fim de setembro, a Loft concluiu a compra da Invest Mais, startup especializada na intermediação de financiamentos. O volume agregado de financiamentos originados pela Loft e pela Invest Mais, atualmente, é de mais de R$ 1 bilhão ao ano. Ou seja, a compra resulta, desde já, no surgimento de um dos 5 maiores originadores de financiamento imobiliário do mercado secundário brasileiros (todos os imóveis, exceto lançamentos).