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As doenças do beijo

Pela saliva são transmitidos vários tipos de vírus, como o da mononucleose e da herpes

Por  Cristina Ramos em 25/08/2018 às 22:09:19

As transmissões podem ser pela saliva ou pelo compartilhamento de copos, garrafas e talheres.

A infecção por mononucleose, conhecida como a doença do beijo, costuma ser uma doença benigna, podendo demorar um pouco mais para desaparecer em alguns indivíduos, e muitas vezes, até passa despercebida. Normalmente, o paciente procura atendimentomédico por uma inflamaçãode garganta e recebe uma prescrição de antibiótico como diagnóstico de amigdalite. Mas o Ministério da Saúde adverte: cuidado, existe até risco de transmissão de sífilis pelo beijo ( caso haja cancro na boca - fase primária da doença). Apesar desta ser sexualmente transmissível, a sífilis também pode ser adquirida através da troca de saliva, principalmente por causa de pequenas feridas na boca. Nem sempre o ferimento está do lado de fora, em lugar visível.

A mononucleose decorre da infecção pelo vírus Epstein-Barr, que pertence à família do herpes-vírus e é passado de uma pessoa para outra pela convivência íntima, particularmente pelo beijo - por essa característica e pelo fato de ocorrer em grande parte na população jovem, a virose é popularmente conhecida como doença ou febre do beijo. "Ela se manifesta desde um quadro assintomático até febre, dor de garganta e virose. O paciente procura o médico relatando febre em torno de 38ºC há muitos dias e um cansaço muito grande. Daí decorre a evolução da própria doença, que melhora espontaneamente devido a produção de anticorpos pelo organismo", informa Dr. Chebabo, médico infectologista da UFRJ e gerente do Laboratório Sérgio Franco. A transmissão da doença se dá também pelo compartilhamento de copos, talheres, garrafas e qualquer contato com a saliva, e por via aérea próxima.

Compartilhar copos, talheres e objetos é risco

"Não existe medicamento que tenha alguma ação comprovada contra o vírus. O que se pode fazer é tomar analgésico e repousar", informa o infectologista da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), Edmilson Migowski. Cláudia Martini, fotojornalista, teve mononucleose. Ela compartilhou uma lata de cerveja e depois de dois a três dias teve febre de 39ºC, uma faringite muito forte e vários gânglios no pescoço. "Não conseguia engolir, tive muita febre, dor de garganta, com gânglios inchados que doíam. A princípio, achei que a febre era da garganta, mas durante a consulta, o médico perguntou: compartilhou alguma coisa? E o seu namorado também está doente? A doença durou 10 dias e fui orientada pelo médico a separar os utensílios domésticos (copos, pratos e talheres), para não passar para as outras pessoas", comenta Cláudia.

Marisa Gonçalves Dias, jornalista, teve um susto muito grande durante a gravidez de seu primeiro filho, em 2009. Ela estava no oitavo mês de gestação, quando seu marido adquiriu o vírus. Por ser a mononucleose uma doença altamente contagiosa, a sorte da Marisa foi ter imunidade à doença. "Faltavam três semanas para o bebê nascer, e o médico indicou que eu fizesse um exame de sangue para ver a minha imunidade. Fiz também uma ultrassonografia e vi que estava tudo bem comigo e com o bebê", celebra. O diagnóstico é feito com base no conjunto de sinais clínicos e laboratoriais -aparecimento de linfócitos atípicos - mas depende da confirmação por exames de sangue que pesquisam a presença de anticorpos contra o vírus Epstein-Barr, segundo o Laboratório Fleury.

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