Com o apoio das secretarias estaduais de Agricultura e de Desenvolvimento Econômico, a Associação dos Cafeicultores do Estado do Rio de Janeiro (Ascarj) realiza nos meses de dezembro e janeiro o IV Concurso de Cafés Especiais do Estado do Rio de Janeiro. A edição será on-line, e o envio das amostras de cafés, pelos Correios.
O objetivo do concurso é incentivar no estado a produção de cafés especiais, que são aqueles grãos cultivados e colhidos em condições excepcionais. O café será submetido à análise de especialistas, que usarão a metodologia de avaliação sensorial da Specialty Coffee Association (SCA). Utilizado mundialmente, o modelo permite notas mínimas a partir de 80 e máximas de 100 pontos.
A primeira etapa do concurso já começou, e os produtores têm até a próxima segunda-feira (7/12) para envio das amostras. O evento principal será no dia 23 de janeiro, com as premiações, leila?o virtual dos dez cafés finalistas e rodada de negócios com os melhores produtos selecionados na etapa classificatória.
- Nosso estado tem potencial para ampliar sua produção de café, principalmente dessas safras especiais. A Secretaria de Agricultura vem trabalhando para fomentar essa produção com os recursos do Agrofundo e também oferecendo apoio técnico desde o pequeno ao grande produtor, por meio da Emater-Rio e da Pesagro-Rio. O café do nosso estado é de grande qualidade e ajuda a movimentar a agricultura fluminense – destaca o secretário de Estado de Agricultura, Marcelo Queiroz.
O produtor Manoel Felipe Medeiros de Faria, de 33 anos, cultiva cafés em Varre-Sai, no Noroeste Fluminense. Ele é o responsável pela Fazenda Pinheiro, que está participando do concurso e que recentemente ficou em segundo lugar na categoria Melhor Café Torrado para Expresso em outra competição.
- Minha família sempre foi produtora de café, e há três anos começamos a produção de café especial também. Hoje já conseguimos cafés notáveis e com ótima qualidade. O diferencial do café especial vai desde o plantio, tratos nutricionais, forma de cultivo, pós-colheita, seleção dos grãos, até chegarmos a um nível de excelência da bebida. O prêmio foi uma verdadeira surpresa! Estou com grande expectativa para essa nova disputa e espero ganhar. Acredito que os concursos são uma grande vitrine para mostrar o potencial dos nossos cafés – aposta Manoel.
A produção de cafés no estado do Rio reúne 2.644 cafeicultores - a maioria de pequenos produtores - e gera uma receita anual de R$ 75,8 milhões a partir dos grãos cultivados em solo fluminense.
- Os produtores estão organizados no Arranjo Produtivo Local (APL) de Cafés Especiais. São dois polos: nas regiões Noroeste e Serrana. Além de ser a retomada de uma atividade tradicional na história do estado, que muito colaborou para as finanças do Brasil, a produção de cafés de qualidade está contribuindo para a diversificação da economia fluminense – ressaltou o secretário de Estado de Desenvolvimento Econômico, Nelson Furtado.
Da produção estadual, 80% ocorre no Noroeste Fluminense, 19% na Região Serrana e 1% no Vale do Café e em outros municípios. O Rio de Janeiro produz uma média de 400 mil sacas de café por ano. Mais informações sobre o concurso, que também tem o apoio da Emater-Rio, podem ser obtidas na página www.ascarj.com.br/concursos/.
- A previsão de colheita para este ano é de cerca de mais 400 mil sacas. O concurso destina-se a mostrar que a cafeicultura do estado do Rio de Janeiro tem produzido cafés maravilhosos, superiores e gourmets, com destaque para os especiais - explicou o superintendente de Marketing da Ascarj, Daniel Mac Mahon Bastos Daniel.