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Deputados cobram identificação de mandantes de morte de Marielle

Executores estão presos, ainda sem julgamento, mas falta de resposta sobre quem mandou matar a vereadora negra anima repetição de ataques

Por Portal Eu, Rio! em 08/12/2020 às 20:29:06

A vereadora Marielle Franco e de seu motorista, Anderson Gomes, mortos em uma emboscada no Rio de Janeiro em março de 2018, e crime segue impune, mil dias depois Foto Agência Brasil

A vice-líder do Psol, deputada Fernanda Melchionna (Psol-RS), foi à tribuna lembrar nesta terça-feira (8/12) os mil dias passados desde o assassinato da vereadora Marielle Franco e de seu motorista, Anderson Gomes, mortos em uma emboscada no Rio de Janeiro em março de 2018. Vestindo uma camiseta com os dizeres "Quem mandou matar Marielle", a deputada lembrou que o mandante do crime ainda não foi revelado, assim como os motivos que levaram ao assassinato.

"São mil dias sem a companheira Marielle Franco e sem o Anderson Gomes. São mil dias sem justiça em nosso País, são mil dias de impunidade, sem que Estado brasileiro responda quem mandou matar a nossa companheira, amiga, vereadora, mulher negra, combativa, generosa, dona de um sorriso do tamanho do mundo", disse Melchionna.

A deputada também criticou as notícias falsas espalhadas contra a vereadora Marielle Franco e cobrou a punição dos culpados. Dois ex-policiais militares suspeitos de executar o crime, Ronnie Lessa e Elcio Queirós, estão presos, mas ainda não foram julgados. Os acusados são ligados a milícias no Rio de Janeiro. Melchionna lembrou ainda as ameaças de morte dirigidas recentemente a outras parlamentares como Talíria Petrone e as vereadoras Duda Salabert, de Belo Horizonte, e Carol Dartora, de Curitiba. E destacou que punir os envolvidos no assassinato de Marielle Franco significa salvar a vida de outras vítimas da violência política.

No Rio, uma instalação com despertadores, formando uma frase sobre Marielle, remetia à necessidade de a Justiça acordar para o custo humano, social e político da impunidade. Representante da Anistia Internacional, uma das principais organizações de defesa dos Direitos Humanos no planeta, Jurema Werneck explica a iniciativa no podcast do Eu, Rio! (eurio.com.br)


O pronunciamento da deputada repercutiu entre os parlamentares de oposição. O deputado José Guimarães (PT-CE) afirmou que o assassinato da vereadora Marielle é um crime político que está impune. "Estamos irmanados nesta luta para esclarecer e identificar quem são os mandantes deste absurdo crime", disse.

A líder do PCdoB, deputada Perpétua Almeida (PCdoB-AC), também se aliou ao Psol. "Nossa solidariedade a todas as vítimas como Marielle Franco, uma mulher da política vítima exatamente de um assassinato político", disse.

Para a deputada Érika Kokay (PT-DF), o assassinato de Marielle é uma tentativa de calar as ideias de um grupo. "São mil marielles que nascem todos os dias com ânsia de construirmos uma sociedade mais justa", afirmou.

O deputado André Figueiredo (PDT-CE) também cobrou o esclarecimento do crime. "Queremos, é claro, que a morte de Marielle Franco possa ser esclarecida, para que a democracia não tenha uma página tão obscura dentro do nosso cenário já de tantas dificuldades", avaliou.

A deputada Joenia Wapichana (Rede-RR) afirmou que o Parlamento deve agir no combate à violência.

Por Portal Eu, Rio!
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